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Ciclone Freddy mata uma pessoa e desaloja 1500 na Zambézia 

Dados preliminares, avançados este domingo, pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), indicam que, só no distrito da Maganja da Costa, o ciclone Freddy já afectou cerca de 83 famílias, correspondentes a 301 pessoas, das quais oito pessoas registaram ferimentos ligeiros e foram evacuadas para as unidades sanitárias mais próximas.

Ainda no distrito costeiro da Maganja da Costa, o fenómeno destruiu parcialmente 83 casas de material precário, uma unidade sanitária na vila Valdez; 12 salas (seis de material convencional e seis, precário); uma secretaria de material convencional, três casas dos professores, todas de material precário, e um alpendre destruído totalmente em Nante Sede.

Dados avançados, este domingo, pelo Comité Operativo de Emergência em Mocuba indicam que 187 casas foram destruídas, deixando ao relento o igual número de famílias e tendo afectado 935 pessoas que, neste momento, estão alojadas em três centros de acomodação provisórios (Conono com 42 famílias – 210 pessoas; EPC Munhiba com 16 famílias – 80 pessoas e Carreira de Tiro com 19 famílias – 95 pessoas). A assistência alimentar às famílias nos centros de acomodação acontece no sistema de panela única para todos.

Há também registo de destruição de infra-estruturas públicas (duas salas de aula e um sector administrativo da EPC de Muedamanga ficaram sem tecto) e interrupção de vias de acesso da via que liga Bive/Maganja e Magiui/Mussaba, devido ao aumento do caudal do rio Enólogo;

De salientar que, neste momento, chuvas e ventos fortes continuam a fustigar os distritos de Quelimane, Inhassunge, Luabo, Chinde, Namacurra, Maganja da Costa, Pebane, Mucubea. Neste momento, o rio Nipiode já está a transbordar e a qualquer momento poderá provocar interrupção da via.

Os distritos da Alta Zambézia (Alto Molocuè, Namarroi, Gurué, ile, Mulevala, Miange, Mulubo) também registam chuvas com regularidade e começam a gerar alguma preocupação.

Reagindo à situação, o Governo do distrito de Mocuba avançou que está a acompanhar as informações sobre o fenómeno Freddy e garantiu que vai continuar a socorrer as famílias.

“Orientamos que as famílias sem-abrigo devem ser acolhidas nas salas de aula ou igrejas. Vamos juntos assisti-las, apoiando as autoridades locais em coordenação com o INGD e sector da saúde”, disse o administrador do distrito, Joaquim Pahara.

De referir que alguns distritos da província da Zambézia estão sem electricidade desde sábado. Trata-se dos distritos costeiros, nomeadamente, Mucuba, Quelimane, Maganja da Costa, Mucubela, Pebane e Namacurra. Há relatos de quedas de árvores e poste.

Refira-se que a equipa de resposta humanitária da AAMoz está em coordenação com o INGD e outros parceiros, para dar melhor resposta à situação das cheias e inundações nas províncias de Zambézia, Niassa e Nampula.

Já na cidade de Quelimane, mais de 12 mil pessoas ficaram desalojadas por causa de ventos fortes e chuvas intensas acusadas pelo ciclone tropical Freddy. A madrugada de sábado para domingo também foi devastadora e aterrorizadora para muitas famílias da capital da Zambézia, que, por conta da situação, a capital provincial está fora da rede eléctrica nacional, com serviços de dados e voz restritos dado a força das intempéries que danificaram os diversos equipamentos.

A situação não está para menos, os ventos foram severos, com velocidade a ultrapassar os 170 quilómetros por hora, previstos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INAM).

Quando parecia que o ciclone tropical Freddy fosse mais simpático, com ventos que pudessem ser moderados, ao nível de uma tempestade, ao cair da noite, pouco depois das 20 horas, o cenário foi contrário.

Os rastos de destruição ao nível da cidade de Quelimane eram visíveis logo ao amanhecer. Árvores e postes de energia eléctrica tombados bloquearam as principais vias públicas da cidade capital da Zambézia. As casas também não escaparam, milhares de famílias passaram noite ao relento.

As autoridades que geram as calamidades naturais ainda não se pronunciaram a respeito dos estragos, mas, por aquilo que o jornal O País apurou, há pelo menos um óbito por desabamento de casa no posto administrativo de Maquival.

O desabamento ocorreu sábado quando as chuvas caíram com bastante intensidade. Os dados foram avançados por Pio Tameliua, chefe da localidade de Zalala.

 

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