As ondas do mar que inspiram poemas de amor, hoje não trazem nada além de destruição e dor. Com os ventos que vêm do oceano, o mar ficou violento e está a destruir tudo que encontra pela frente.
O “O País” encontrou na praia de Tofo pessoas empenhadas em conter a fúria do mar e contaram que quando a maré fica cheia estraga muita coisa, tal como casas de hóspedes.
“Temos dias de maré alta, mas o que está a acontecer agora nunca vimos antes. A água vem com muita força que nem conseguimos conter”, referiu um dos nossos entrevistados.
Na esperança de conter a fúria das águas de Tofo, as pessoas até tentam improvisar soluções com sacos de areia, mas o esforço é em vão. A água vem logo de seguida e coloca tudo abaixo.
Como não conseguem vencer o mar, a luta com sacos de areia é diária. No bairro Chalambe, um dos mais antigos da cidade de Inhambane, o jornalista do “O País” teve de se fazer à água para chegar às residências inundadas.
Mesmo cercado de água, há quem não perde a fé e vai em busca do seu pão de cada dia.
O cenário que se vive nas casas é de incertezas. Com a chuva a cair, não falta muito para a água invadir o interior das residências, um problema para o qual as famílias não têm soluções à vista.
O desespero é tanto que vale tudo para se livrar da água, tal como é o caso de sacos com lixo ou areia. Ou ainda troncos de árvores usados para desviar o curso das águas.
A chuva compromete também a transitabilidade no bairro Muelé 1, onde um carro ficou entalado na lama quando o proprietário tentava fugir das poças de água.