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Chuva arrasta solo e deixa ruas intransitáveis em Maputo

Foto: O País

Várias ruas na Cidade de Maputo estão intransitáveis devido à força da água da chuva que arrastou os solos e criou crateras. Alguns moradores são obrigados a parquear as suas viaturas em casas vizinhas, por falta de acesso às suas residências.

Este facto deve-se à chuva que cai desde Outubro do ano passado, período em que iniciou a época chuvosa 2021-2022, cujo término, segundo as autoridades, está previsto para Março do ano em curso.

Sempre que chove, alguns bairros da Cidade de Maputo, como Polana Caniço, Ferroviário, Laulane, Mahotas e Albazine, registam inundações e destruição de residências, e a terra cede à força da água e cria crateras, causando transtornos aos moradores.

“É um evento cíclico e já estamos cansados de pedir socorro”, disse um idoso morador das Mahotas.

A residência de Lourenço Afonso está próxima a uma rua que está intransitável. “Quando a chuva pára, as pessoas mobilizam-se para colocar areia e pedra para ver se dá jeito para transitar. Mas, quando a chuva vem, tudo desaparece, por isso mesmo que, neste momento, ninguém tem interesse em repor a rua, porque não sabemos quando voltará a chover”, desabafou.

O bairro Albazine não escapou à situação; a rua da Beira, por exemplo, está intransitável. Segundo os moradores, a água sai da estrada e as residências só escapam por já terem deixado crescer uma certa espécie de erva daninha que, com a força das raízes, assegura os solos. Por aquela rua, nenhum carro passa, o que obriga os moradores a darem uma volta ao quarteirão para aceder, mesmo assim com dificuldades, às suas residências.

“Falta um dia nós acordarmos e vermos parte das nossas casas demolidas, por causa da erosão. Nós já pedimos que viessem colocar anilhas que conduzissem a água, mas, até hoje, nem água vem, nem água vai”, contou José António, morador do bairro Albazine.

Diaze Morais e Matilde Chichava contam que, apesar de todos os seus esforços para evitar que as suas ruas sejam crucificadas, já que está numa descida, a fúria das águas desafia a engenharia humana.

Além da intransitabilidade das ruas, os fornecedores privados de água também são afectados pelo arrastamento e ruptura de tubos, uma situação que poderá continuar enquanto a época chuvosa perdurar.

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