Mais de duas mil pessoas estão afectadas pelas chuvas, nos distritos de Gurué, Ile, Namarroi e Lugela. A situação está a criar transbordo a jusante, no distrito da Maganja da Costa, afectando o curso normal das famílias.
“Neste momento, temos 525 casas inundadas no baixo Licungo, das quais duas estão totalmente destruídas. Estamos com duas mil e cem pessoas afectadas e, por causa mesmo da prevenção da situação, 15 famílias já foram evacuadas para o bairro de reassentamento de Pereirão e vão merecer assistência do Governo, através do INGD. Para o efeito, temos uma equipa preparada no local e em prontidão; uma tripulação dos marinheiros está igualmente no local a garantir o processo de evacuação das famílias”, disse Nelson Ludovico, delegado provincial do Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres (INGD) na Zambézia.
Neste momento, continua a chover e os níveis hidrométricos estão um pouco acima do nível de alerta máximo, que é de seis metros. As autoridades estão a monitorar os níveis hidrométricos para que o pior não aconteça. O delegado do INGD diz que a destruição do dique de protecção, aquando da passagem do ciclone Gombe no ano passado, traz complicações na retenção das águas do rio Licungo.
“Estamos a registar subida dos níveis hidrométricos já há dois dias, a nossa preocupação cresce, sobretudo porque a bacia tinha um dique de protecção que ajudava a minorar o impacto das águas sempre que chovesse acima do normal na nossa província. Houve destruição do dique, no decurso da passagem do ciclone Gombe, e ainda não se fez a devida reposição. Enquanto este processo não acontecer, vamos continuar a ter estes problemas com as famílias”, disse Ludovico.
Neste momento, as equipas do INGD estão no terreno a trabalhar no processo de monitoria da situação.
O balanço da época chuvosa, desde o mês de Outubro até hoje, aponta para perto de cinco mil pessoas afectadas, correspondentes a mais de mil famílias, um total de 40 feridos e 16 óbitos por descargas atmosféricas e dois por incêndios.