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Chiquinho Conde: um soco no estômago dos analistas de sofá e teclado

Não restam dúvidas de que o seleccionador nacional dos Mambas, Chiquinho Conde, é, por essas alturas, uma das figuras centrais do futebol moçambicano. Não restam dúvidas, também, que ele é, por estas alturas, uma pessoa que merece todo o tipo de apoio, tendo em vista dar continuidade com tranquilidade necessária ao seu trabalho.

Ao serviço da selecção nacional, Chiquinho Conde conseguiu devolver aos moçambicanos a crença de que, com muito trabalho, é possível alcançar resultados extraordinários.

É com este treinador, por exemplo, que Moçambique voltou a disputar uma fase final do CHAN, prova destinada aos jogadores que actuam nos campeonatos internos. Mais do lá estar, sob seu comando, os Mambas cometeram a façanha de se qualificarem para os quartos-de-final, feito nunca antes alcançado pela selecção nacional.

Foi, sem dúvidas, um momento de viragem no futebol moçambicano que, não só anda sedento de vitórias, assim como das boas exibições e o devido respeito no concerto das nações.

Na sua folha de serviços, o antigo capitão dos Mambas conseguiu, 14 anos depois, qualificar Moçambique para o Campeonato Africano de Futebol (CAN), diga-se, no meio de muita descrença.

O país voltava a fazer parte das 24 melhores selecções do continente africano, um motivo de orgulho para os mais de 30 milhões dos moçambicanos. Chiquinho Conde, mais uma vez, voltava a estar na órbita e a escrever o seu nome nos anais da história do futebol moçambicano. Não era, afinal, para menos.

É que prestou um serviço valioso à nação não, talvez por ser melhor, mas sim porque acreditou no seu trabalho e soube capitalizar as oportunidades, claro, com a indispensável ajuda dos seus jogadores e da estrutura que gere o futebol nacional. Moçambique chegou a mais uma edição do CAN como um autêntico “outsider”. Ou seja, visto como um país da periferia do futebol africano.

Ciente disso, Chiquinho Conde incutiu nos seus jogadores um espírito guerreiro. Fez-lhes acreditar que eles são capazes de chegar longe se, obviamente, explorassem as suas reais capacidades. A estreia dos Mambas nesta importante prova não poderia ter sido melhor.

A selecção nacional arrancou um empate diante do colosso Egipto, que, visto de forma desapaixonada, tem um sabor a derrota, olhando para as incidências do jogo. O combinado nacional não só arrancou um empate aos “faraós”, assim como apresentou um futebol de primeira água.

O mesmo aconteceu contra o todo-poderoso Gana, num jogo em que os Mambas só não ganharam porque, mais uma vez, houve muitos condicionalismos. Na carteira de méritos à prestação da selecção no CAN, Chiquinho Conde não pode, de forma alguma, ser um actor secundário.

Ele é, sim, um dos principais obreiros desse momento que, mesmo não tendo servido para Moçambique chegar longe na prova, reacende a chama da unidade e faz convergir sentimentos de satisfação.

Ora, o trabalho desenvolvido por Chiquinho Conde, como não deixaria de ser, tem sido mal escrutinado por alguns analistas de sofá e teclado, aqueles que veêm coisas erradas em tudo quanto ele tem feito por Moçambique, por sinal, sua pátria.

Eles, os analistas que no conforto das suas poltronas destilam o ódio e assassinam o carácter de alguém que contribui positivamente para a elevação do nome do país, não se revêem com o esforço de Chiquinho.

Tudo quanto ele tem feito se resume a um autêntico nada. Em vez de fazer uma crítica na perspectiva de incentivar para possíveis melhorias, preferem inutilizar todo um trabalho feito com muito sacrifício e, por vezes, sem as ferramentas necessárias.

Para os analistas de sofá e teclado, as suas ideias é que devem vincar, mesmo que não sejam em benefício da maioria. Os seus egos são a personificação daquilo que o futebol moçambicano precisa. É o que paira na sua imaginação.

Chiquinho Conde é uma pedra nos seus sapatos, por, contra a sua vontade, fazer o que eles não gostariam que fizesse, o bem para o futebol moçambicano. Eles são autênticos “espatifados”  e incansáveis defensores da (in)competência.

Se dependesse deles, Chiquinho Conde já deveria estar fora da selecção, porque, na sua óptica, é menos moçambicano que os outros. Colocam-no sempre no “olho de furacão”. Ora, as obras do “coach” Chiquinho falam por si. Pelo que, continuarão a engoli-lo em seco.

Ficou evidente, na chegada da selecção nacional ao país, que o seleccionador nacional pelo menos conta com o incondicional apoio dos moçambicanos do bem. Aqueles que, mesmo sabendo que ainda há muito trabalho por se fazer, dão um voto de confiança à equipa técnica chefiada por esse homem que muito tem contribuído para o desenvolvimento do nosso futebol. Chiquinho Conde será sempre um soco no estômago desses analistas de sofá e teclado.

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