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Chibuto celebra 54 anos reconstruindo escombros provocados pelos protestos eleitorais

A cidade de Chibuto  celebrou, esta quarta-feira, 54 anos de elevação à categoria de cidade com atenções viradas para a recuperação económica, depois dos protestos pós-eleitorais que destruíram 7 instituições do estado e paralisaram vários sectores, com destaque para o transporte, comércio e turismo.

Cinco décadas e quatro unidades é o tempo em que celebra a elevação de Chibuto à categoria de cidade. Esta quarta-feira, 8 de Outubro, a cidade parou para celebrar a efeméride, bem como para assinalar avanços e retrocessos registrados principalmente no período pós-eleitoral.

“Durante as manifestações foram destruídas várias coisas, estradas, escolas, muitas coisas”, disse uma munícipe.

E mais: “a nossa cidade está espetacular em termos de recolha de lixo, de limpeza. Nós agora já não nos queixamos muito, temos pontos centrais para podermos depositar o lixo. Chibuto, pelo menos, melhorou o problema de emprego, para além do costume natural, em que as pessoas iam para a África do Sul”, destacou um residente de Canhanda, no município de Chibuto.

Entretanto, os munícipes queixam de problemas na prestação de serviços sociais básicos, em particular o abastecimento de água e energia, problemas para os quais  exigem respostas. 

“O nosso hospital, na verdade, não está em boas condições. Pedimos ao nosso presidente, não sei se é do município de Chibuto, ou é o Presidente da República, não sei a quem falar e também pedimos a reabilitação da Escola Secundária de Chibuto. Na verdade, a escola não está em boas condições. É uma ameaça para a saúde dos estudantes”, lamentou outro munícipe.

É também preocupação dos munícipes a situação da erosão que assola quase toda cidade e que se agrava no período chuvoso.

“Na época chuvosa, nem para entrar na escola não tem como, nem para caminhar mesmo na estrada não temos como, não temos valeta ou vales para escoamento de água, é o grande problema”, lamentou outro munícipe.

No entanto, durante o discurso de ocasião, o presidente do município de Chibuto, Henriques Machava, admitiu que a cidade tenta reerguer do impacto severo dos protestos durante os quais foram, entre outros, destruídas 7 instituições públicas, incluindo 10 empreendimentos comerciais e turísticos.

“A vandalização de infraestruturas económicas e sociais e a nossa cidade, uma das que muito foi sacrificada na província de Gaza. Temos um grande empreendimento económico que, com as manifestações, foi reduzido a escombros”, lamentou.

Henriques Machava descreve o cenário como um retrocesso no desenvolvimento, em participar para arrecadação de receitas municipais que caíram de 300 mil meticais para 50 mil meticais por semana.

“Esta situação nos permite a provisão limitante na percepção de serviços básicos. A nossa cidade conta com uma percentagem de 58% na cobertura da energia elétrica. Foi feita e conseguimos restabelecer a comunicação entre os bairros que tinha sido comprometida durante a época chuvosa”, concluiu Henriques Machava.

Os munícipes de Chibuto destacam melhorias nos 54 anos, mas pedem  intervenções da edilidade para a retirada de mais três mil famílias que continuam em zonas propensas à erosão.

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