O Presidente da República, Daniel Chapo, exortou, na manhã desta segunda-feira, na Cidade de Maputo, a todos os moçambicanos a envolverem-se na preparação das celebrações dos 50 anos da independência nacional, como forma de valorizar os feitos dos que contribuíram para a fundação do Estado moçambicano
Pela primeira vez, Daniel Chapo dirigiu as cerimónias centrais inerentes ao Dia dos Heróis Moçambicanos. Discursando na Praça dos Heróis, esta segunda-feira, o Presidente da República exortou a todos os moçambicanos a envolverem-se na preparação das celebrações dos 50 anos da independência nacional.
No entendimento de Chapo, a divulgação da história de Moçambique é fundamental, pois constitui uma inequívoca fonte de inspiração para a juventude de hoje e do futuro. Por isso mesmo, o Presidente da República espera que cada cidadão, onde quer que se encontre, e independentemente das possíveis diferenças, se envolvam em iniciativas criativas para celebrar o grande momento da História de Moçambique.
Para Chapo, celebrar os 50 anos da independência nacional significa, igualmente, reconhecer todos aqueles que, há mais de meio século, lutaram pela liberdade de todo um povo. “Queremos que todos se inspirem nos nossos heróis”, afirmou, realçando que a edificação do país deveu-se muito à coragem e à determinação de diferentes gerações, como 25 de Setembro e 8 de Março.
Na Praça dos Heróis, Daniel Chapo exortou ainda o envolvimento dos moçambicanos na construção de um país harmonioso e mais próspero, o que, reforçou, depende de um diálogo capaz de resolver tudo o que eventualmente os separa. Também por isso, Chapo lembrou que lidera conversações com forças políticas com assento parlamentar. Posteriormente, as conversações em prol da estabilidade social e política vai abranger representantes de outros sectores, como sociedade civil, confissões religiosas e academias.
Chapo almeja para o país um desenvolvimento sustentável, que permita que cada moçambicano tenha o necessário para viver com dignidade, e instituições mais fortes.
Ainda no seu discurso, o Presidente da República defendeu que a construção do Estado tem sido uma grande epopeia, cuja marcha se cruza com princípios intrínsecos à unidade nacional, “que continua a ser e sempre será o segredo do nosso sucesso”.
Não obstante as dificuldades consequentes da luta pela independência nacional, Chapo entende que o trajecto de Moçambique, desde 1975, tem sido positivo. No entanto, reconhece que os moçambicanos estão longe de atingir o desiderato desejado.
A fim de acelerar a marcha pelo tão almejado bem comum, o Presidente da República quer implantar o que considera alicerces da independência económica, com combate à corrupção e tantos outros males que enfermam a sociedade e o Estado.
Daniel Chapo referiu-se à importância de celebrar os 50 anos da independência nacional depois lembrar os feitos de Eduardo Mondlane, presidente da Frelimo assassinado a bomba há 56 anos, concretamente a 3 de Fevereiro de 1969, na Tanzania, durante a luta armada de libertação nacional.
No entendimento do Presidente da República, o assassinado do “arquitecto da unidade” foi uma tentativa de o regime colonial português impedir a independência dos moçambicanos.
Daniel Chapo lembrou que o funeral de Mondlane, a 6 de Fevereiro de 69, teve honras militares de um Chefe de Estado. Inclusivamente, milhares de pessoas caminharam até ao cemitério onde foi sepultado para prestar homenagem a Mondlane, personagem histórica “que encarnou na plenitude a luta pela independência nacional de Moçambique”.
Para Chapo, celebrar o 3 de Fevereiro, Dia dos Heróis Moçambicanos, significa, igualmente, cumprir um dever patriótico de honrar a memória de todos os que lutaram e continuam a lutar por um Moçambique melhor. E sublinhou que foi com sentido de sacrifício que alguns, como Eduardo Mondlane, ofereceram a própria vida em prol da fundação do Estado, que para muitos era improvável. Logo, as celebrações desta segunda-feira serviram para homenagear todos os heróis moçambicanos. “Não esquecemos o sacrifício dos melhores filhos de Moçambique e reiteramos a confiança no nosso desígnio nacional”.
Por fim, além de reiterar a necessidade da valorização dos veteranos da luta de libertação, Chapo sublinhou a necessidade de se honrar todos aqueles que deram o melhor de si por um Moçambique livre e democrático, país que se vai impondo na arena internacional.