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Chapo desafia PRM a acabar com terrorismo e manifestações violentas

O Presidente da República desafiou, nesta quarta-feira, o vice-comandante-geral da PRM a estancar os ataques terroristas em alguns distritos da província de Cabo Delgado, bem como a “contínua tentativa de instalar o caos, caracterizado por manifestações ilegais e violentas, sem data e hora anunciadas”. O fenómeno pode, alertou Daniel Chapo, “degenerar em ameaça à nossa segurança colectiva, se não for controlado”.

O Chefe do Estado conferiu posse ao vice-comandante-geral da Polícia, Aquilasse Kapangula Manda, e patenteou oficiais comissários do mesmo ramo, Fabião Pedro Nhancololo e Gabriel Consolo Chea, aos quais lembrou que “a segurança pública é o alicerce sobre o qual se constrói uma sociedade justa e próspera. Sem segurança, não há desenvolvimento, não há paz e não há futuro”.

Segundo Daniel Chapo, impõem-se, hoje, ao país, desafios que exigem “uma maior acutilância, dinamismo e eficácia na acção da Polícia da República de Moçambique na garantia da ordem, segurança e tranquilidade públicas”.

Neste contexto, é preciso “responder e superar três grandes desafios que podem pôr em causa a nossa convivência sã e em harmonia social”, sendo que o primeiro são “os ataques armados de terroristas em partes da província de Cabo Delgado”, embora sejam “de baixa intensidade, aliado ao recrutamento de crianças, rapazes e raparigas para as fileiras dos inimigos”.

O segundo desafio, disse Daniel Chapo, são os “ataques com armas brancas em pontos localizados da província da Zambézia, pelos vulgo Naparamas e outros grupos com alguma organização, que tentam bloquear vias vitais para o desenvolvimento do nosso país, sendo que, para além de intimidar a nossa população, estas acções criminosas afectam a livre circulação de pessoas e bens”.

O terceiro desafio é a “contínua tentativa de instalar um caos, caracterizado por manifestações ilegais e violentas, sem data e hora anunciadas, um fenómeno que pode, também, se não for controlado, degenerar em ameaça à nossa segurança colectiva”.

Chapo exortou a PRM a “capitalizar a emblemática ligação polícia-comunidade, que, por longos tempos, se tem revelado um mecanismo eficaz de prevenção da criminalidade nas nossas comunidades.

“A polícia deve regressar às comunidades, como já vimos fazê-lo, para, com objectividade, humanismo e espírito de bem servir ao cidadão, se apropriar das suas preocupações e contribuir para solução dos seus problemas”, orientou o Presidente da República e desafiou o vice-comandante-geral da PRM a “assegurar a educação cívica e patriótica dos seus membros em primeiro lugar”.

 

NÃO À AMEAÇA AOS COMERCIANTES

Na sua missão, Aquilasse Manda não pode apenas se restringir à PRM, de acordo com Chapo. “É necessário trabalhar com as comunidades, com as lideranças locais, dos bairros, ao nível das nossas cidades e distritos bem como das lideranças locais, e os jovens influentes para fazê-los compreender que os seus direitos terminam onde se iniciam os dos outros e que existem meios apropriados, criados pelo Estado, para dirimir as divergências”.

“Não podemos achar normal ameaçar um lojista, dizendo: ou baixa o preço ou não abre a loja, prejudicando centenas de compatriotas que procuram produtos básicos para o seu sustento e, às vezes, depois de percorrerem longas distâncias; ameaçar as nossas mães que não podem vender no mercado para o seu ganha-pão, mesmo depois de terem feito sacrifícios logo pela madrugada para irem à busca dos seus produtos e venderem nas suas bancas e barracas para poderem suportar os seus familiares.”

O Chefe do Estado condenou o bloqueio de estradas, pois “os produtos básicos frescos que alimentam os consumidores finais murcham por conta do calor”, neste Verão, e “perdem qualidade e prejudicando o preço final desta nossa mãe, que fica só com prejuízos e prejudicando a sua família e a sociedade. Temos de superar este desafio em conjunto, dialogando e trabalhando para o bem da ordem, tranquilidade e o cumprimento da lei”.

Chapo exigiu, também, a inspecção dos órgãos e serviços em todos os aspectos da sua actividade. O vice-comandante-geral da PRM deve “orientar e supervisionar a actividade dos estabelecimentos de ensino e orientar e supervisionar a actividade de inteligência e contra-inteligência policial”.

Aquilasse Manda foi igualmente orientado a saber que, enquanto vice-comandante-geral da PRM, é o coordenador das suas acções com o comandante-geral. “Toma decisões acertadas e racionais, e não aquele que toma decisões emocionais ou precipitadas que possam ocasionar danos, prejuízos e acarretem custos enormes à instituição policial e ao país.”

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