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“Chapeiros” na Cidade de Maputo querem mais um aumento do preço

Foto: O País

Os transportadores de passageiros, na Cidade de Maputo, dizem que o recente agravamento dos preços dos combustíveis encarece ainda mais o negócio e reiteram que só um aumento da tarifa pode evitar a paralisação da actividade.

Pela terceira vez este ano, os preços dos combustíveis dispararam e o recente aumento, em vigor desde sábado último, foi significativo, sobretudo para o diesel e para o gás de cozinha.

Os “chapeiros” dizem que a situação está mais difícil. “Eu não sei como será daqui em diante, pois está cada vez mais difícil. Agora, gastamos toda a receita na aquisição de combustíveis”, lamentou Horácio Matsinhe, acrescentando que “se aumentássemos o preço do ‘chapa’ também, talvez conseguiríamos fechar as lacunas”.

Os transportadores ameaçam paralisar as actividades, caso não haja revisão da tarifa. “Vamos parquear as viaturas, porque não ganhamos nada. Nós estamos a ser muito prejudicados pela subida do preço dos combustíveis”, frisou Armindo Chitlango.

Por outro lado, para quem tem viatura particular, o momento obriga, também, a que se refaçam os cálculos. Com as contas cada vez mais apertadas, os automobilistas dizem-se sufocados. “Isso vai prejudicar os nossos bolsos, pois o custo de vida também está muito apertado, por isso as autoridades competentes deviam fazer alguma coisa para aliviar”, referiu Inocêncio Manguze.

Nesta recente subida dos preços dos combustíveis, o do gás de cozinha foi o que mais disparou. A família de Laura Jeremias, que habitualmente comprava uma botija de 11 quilogramas de gás por pouco mais de 940 Meticais, passa a pagar 1122,22 Meticais desde sábado último. “A notícia é muito triste. Aqui, em casa, nós usávamos o gás para cozinhar, mas, já que o preço aumentou, será mais difícil comprá-lo, pelo que só podemos recorrer ao carvão”, explicou Laura.

Com os sucessivos agravamentos do preço dos combustíveis, a família Chingueleze usa somente o carvão há mais de quatro meses. “A situação está caótica. Até sexta-feira, não conseguia comprar gás e, agora, o preço subiu novamente. Já não sei mais o que fazer”, queixou-se Arlindo Chingueleze.

O preço do pão também poderá subir nos próximos dias: “Chegará a um nível em que se tornará insustentável e, para mantermos as actividades funcionais, teremos que fazer um reajuste”, avisou Victor Miguel, presidente da Associação Moçambicana de Panificadores (AMOPÃO).

Refira-se que o Governo disse, há dias, que continua a procurar estratégias para controlar a subida dos preços dos combustíveis, o que afecta, negativamente, o poder de compra dos moçambicanos. Por isso, nos próximos dias, o ministro da Indústria e Comércio, o de Recursos Minerais e Energia e o dos Transportes e Comunicações deverão apresentar propostas para mitigar o alto custo de vida.

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