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“chapas” só se tiver seguranca 

Foto: O País

Os gestores de transporte de passageiros e de carga dizem que só vão tirar as suas viaturas, entre quarta e sexta-feira, caso haja garantias de segurança e passageiros na via. Os transportadores apelam à paz, para que possam exercer, com tranquilidade, as suas actividades.

As cidades de Maputo e Matola registaram um movimento atípico , desde o princípio da tarde desta terça-feira até ao anoitecer, tanto de pessoas, como de viaturas…

Os transportadores de passageiros e de carga têm uma explicação para isso.

“Você pode ver como está a estrada hoje.Está muito movimentado porque todos estão tentando antecipar o que seria feito nos próximos três dias neste espaço.  Eventualmente, no próximo fim de semana, teremos a continuação desta agitação, para cobrir o que não será feito nestes três dias”, disse Zuneid Calumias, Vice-presidente da Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários. 

Porque esta não é a primeira vez que sofrem prejuízos, os gestores dizem estar a trabalhar com cautela.

“Porque na verdade não dá para colocar os carros na rua por causa da vandalização que pode acontecer com os carros.  Já sofremos vários danos. Carros queimados, bens roubados, carros e motoristas, até sofreram alguns ferimentos por causa das manifestações”, completou.

Para os transportadores, os próximos dias são uma incógnita. 

“Não podemos dizer que não vamos sair na rua. Vai depender da situação de segurança. Se não houver segurança, não podemos colocar as pessoas em risco. Porque não é só uma questão de transporte em si. Os trabalhadores não podem vir trabalhar. Não há como forçar as pessoas a virem trabalhar, porque então não há como voltar para casa. Pode até ter transporte no início da manhã, mas no final do dia ele não existe. Então, é uma situação de segurança à qual temos que estar sensíveis”.

Quem também se sente ameaçado com o anúncio de mais três dias de paralisação, são os gestores de transporte de passageiros. 

“Nós só vamos tirar as viaturas, quando tivermos certeza da segurança para a circulação dos meios,  porque já tivemos prejuízos, não só de não ter o negócio a fluir, mas também tivemos carros que sofreram, nas primeiras paralisações e não gostamos de continuar a somar prejuízos. O que a FEMATRO pretende é trabalhar na tranquilidade. Para nós trabalharmos é preciso ter passageiros, também, para viajarem do ponto A para B, precisam de ter segurança”.

A FEMATRO, através do seu porta-voz, diz que o negócio está a ser bastante afectado. 

“É negócio que já não era rentável. Com estas paralisações e com a situação das dívidas nos bancos, está a ser muito complicado”.

O edil Abdul Gani Satar, diz Pemba já se ressente do terrorismo e uma paralisação do porto de Pemba pode trazer prejuízos incalculáveis, e apela que as manifestações sejam pacíficas.

“Nós convidamos a todo o munícipe e a todas as estruturas legais a sermos vigilantes. Por quê? Porque entendemos que, dentro desse sofrimento vivido na província de Cabo Delgado, não podemos estender até na capital da própria província, que é, nesse caso, a cidade de Pemba.  Se isso acontecer, nós colapsarmos toda aquela província.

É a razão pela qual nós percebemos que os insurgentes, por serem pessoas não identificadas, infiltram-se na comunidade, infiltram-se na população e eles podem usar ainda essa oportunidade das marchas para poderem vandalizar ou atacar ou tirar vida.”

O “O País” sabe, através de uma fonte próxima, que o MPDC, gestor do porto de Maputo, manteve, esta terça-feira, encontros com transportadores, gestores e outros actores do sector do transporte. 

 

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