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Cerca de 1400 reclusos diagnosticados com conjuntivite hemorrágica no país

Cerca de 1400 reclusos têm conjuntivite hemorrágica em diferentes cadeias do país, segundo o Serviço Nacional Penitenciário. O SERNAP está preocupado com a propagação da doença, tendo reforçado a higiene nos estabelecimentos penitenciários, bem como adoptado  medidas restritivas para travar o alastramento da conjuntivite hemorrágica.

O aumento de casos de conjuntivite hemorrágica está a ganhar, a cada dia que passa, contornos alarmantes no país.

E porque o  número de casos  tende a  aumentar em todo o país, a doença propagou-se  para estabelecimentos penitenciários, situação que deixa em alerta os gestores das cadeias do país, devido à rápida propagação.

A directora nacional dos Cuidados Sanitários no Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP), Cremilde Anli, reconhece que a situação não é das melhores.

Cremilde Anli, que falou a partir de Chimoio, na Província de Manica, deu o ponto de situação do que está a ocorrer nas cadeias, indicando que cerca de 1400 pessoas foram diagnosticadas com a doença.

“Estamos, neste momento, com cerca de 1400 casos distribuídos por vários estabelecimentos prisionais do país, sendo que o estabelecimento prisional regional norte é que apresenta o maior número de casos. Estamos a falar de cerca de 600, mas temos também 300 casos no estabelecimento penitenciário de Sofala”, precisou.

Cremilde Anli apresentou, por outro lado, dados referentes ao Estabelecimento Penitenciário Provincial de Maputo.

“No Estabelecimento Penitenciário Provincial de Maputo,  temos  também registo de 300 casos de conjuntivite hemorrágica. Preocupamo-nos, principalmente, com o que está a ocorrer no Estabelecimento Penitenciário de Maputo, até porque percebemos que o foco de onde partiu a doença não é da comunidade, mas sim de um interno. Neste caso, procuramos fazer uma pesquisa e percebemos que ele, o paciente que teve a origem da doença,  em nenhum momento teve contacto com alguém de fora.  Ele  está ali há algum tempo. Então,  não sabemos exactamente de onde vem esta doença.”

Face ao surgimento do surto, o Serviço Nacional Penitenciário está a tomar medidas adicionais para conter a doença,  segundo avançou a directora nacional do Serviço de Cuidados Sanitários no SERNAP.

“Medidas estão a ser tomadas, dentro do possível, no sector penitenciário. Estamos em contacto e em coordenação com os Serviços Provinciais de Saúde e os Serviços Distritais,  no sentido de colmatar este problema dentro do sector. Todo aquele paciente recluso que é diagnosticado com esta doença será isolado dos demais. Estamos a fornecer sabão para higienização frequente das mãos. Temos água sempre disponível para que eles  possam fazer a higienização das mãos e dos olhos”, assegurou.

A população reclusa em Moçambique é de cerca de 22 mil e está mantida em 157 estabelecimentos penitenciários, entre especiais, provinciais, regionais, distritais e centros abertos.

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