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Centro de Saúde de Matola-gare está encerrado há uma semana, devido a inundações

O Centro de Saúde da Matola-Gare, na cidade da Matola, está encerrado há cerca de uma semana, devido à água da chuva que inundou o centro. Em alternativa, foi montada uma clínica móvel no pátio da estação ferroviária da Matola-gare.

O pátio completamente inundado, com o risco de a água invadir alguns Gabinetes médicos, agentes de saúde carregando caixas de um lado para outro e trapos lançados nos corredores do edifício, retrata o ambiente visível naquele centro, que fechou as portas na última sexta-feira (24).

O facto deveu-se à chuva que caiu na última segunda-feira e foi caindo de forma intermitente, mas suficiente para tornar indisponível o centro de saúde, que sem alternativa, tratou de evacuar os serviços, bem como os doentes outrora internados (com destaque para serviços de maternidade).

Imediatamente, em alternativa, foi montado na estação Ferroviária da Matola-gare, há poucos metros da unidade hospitalar, uma clínica móvel.

Naquele local são atendidos utentes provenientes de bairros como Tsalala, Nkobe, Machava II, entre outros.

Três tendas foram preparadas para servir como gabinetes e é lá onde todos devem passar. Os utentes reclamam de morosidade no atendimento.

“Estou desde às 7 horas aqui. As enfermeiras até tentam, mas numa tenda são atendidos todos, crianças mulheres grávidas, sendo quatro pessoas de cada vez. Isso atrasa o processo”, desabafou Avelina Feliz, uma utente gestante, que aguardava a sua vez de ser atendida.

Uma preocupação semelhante é partilhada por Aníbal, um idoso que reclama da demora devido ao facto de se ter poucos agentes de saúde.

Nas tendas prestam-se serviços mínimos. Banco de socorros, Maternidade e outros mais complexos só em centros mais distantes.

“Nós estamos a garantir serviços mínimos de triagem de pediatria e adultos, saúde materno-infantil, excluindo maternidade, estamos a falar de consulta de criança em risco, e sadia”, explicou Filimone ZibiaChefe do departamento provincial de Saúde pública.

Segundo o Chefe do Departamento Provincial de Saúde Pública, diariamente são atendidos naquele local perto de 500 pessoas, contra 700 outrora atendidas no centro de saúde.

O sector apela às populações para que, no caso de situações de saúde complexas, busquem atendimento em centros como Nkobe, Tsalala e Matola 2.

 

 FAMÍLIAS COM CASAS INUNDADAS NA MATOLA

Centenas de famílias estão com casas inundadas no bairro Machava, quilômetro 15, posto administrativo da Machava na província de Maputo. As vítimas apontam a falta de valas de drenagem como a principal causa.

As pessoas bloquearam a entrada das suas residências para evitar que a água, que já invadiu os quintais, entre para o interior. Mas isso para quem tem a situação minimamente controlada, pois há quem já soma prejuízos.

Os moradores deste bairro falam de perda de eletrodomésticos, mobílias, roupas e outros bens e apontam a estrada (que está relativamente acima do nível dos bairros) como a causadora das inundações, uma vez que não apresenta nenhum sistema de drenagem das águas.

Conversamos com Eleonor Ricardo, uma anciã que fixou residência em 2006. Ela conta que a pouco menos de dez anos, o seu quintal estava repleto de plantas diversas, incluindo frutíferas. Ela se “divertia” varrendo o seu quintal, mas isso virou apenas uma lembrança.

Por diversas vezes tentou livrar-se da situação, usando entulhos, mas já não tem forças e implora.

“Se o Governo viesse aqui e mandasse abrir as falas ou ainda ajudar-nos com entulhos, minimizaria a situação”, desabafa.

Alguns moradores reclamam da eclosão de doenças como a diarreia e malária devido a água suja que “habita” nos seus quintais.

Apesar da abundância da água da chuva nos quintais, há famílias que água potável não jorra há dias. O operador, por sua vez, diz que nada pode fazer enquanto as ruas permanecem alagadas.

Esta é uma das fotografias da situação vivida por algumas famílias na província da Matola, mas que pode piorar se a chuva continuar a cair na mesma proporção.

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