Na Fronteira de Ressano Garcia, as autoridades migratórias contabilizaram, até hoje, mais de três mil pessoas que entraram em Moçambique para passar a Páscoa junto de amigos e familiares.
António Macamo é cidadão moçambicano residente na África do Sul desde 1994, onde lidera uma congregação religiosa. Esta sexta-feira atravessou a fronteira de Ressano Garcia com a família para se juntarem a outros familiares no distrito de Moamba, onde passarão a Páscoa. “Está tudo em ordem, organizei tudo para este dia, não é como nos dias em que havia COVID-19, tínhamos dificuldades em viajar, mas hoje está tudo bem”.
António acenou e seguiu viagem, enquanto Rosália fazia o sentido contrário. Deixou Inharrime, na província de Inhambane, na quinta-feira, rumo à África do Sul, seu local de trabalho. Confessa ter partido e deixado saudades da família. “Sinto saudades da família, mas agora preciso ir trabalhar, para sustentar a família e a minha mãe”.
Atravessar a fronteira é parte do ganha-pão de António Nhone: é transportador. Encontrámo-lo no guichê do serviço de migração para carimbar o passaporte. Vem de Muxúngue, região centro de Moçambique e leva concidadãos cujo destino é a África do Sul. “Por enquanto está tudo bem, a viagem correu bem, dormimos em Madendere, viajamos bem até chegar aqui. Não houve nenhum problema e esperamos chegar à África do Sul sem problemas”.
São histórias de moçambicanos que cruzaram nesta Sexta-feira Santa a fronteira de Ressano Garcia, fazendo parte das estatísticas do serviço de migração, segundo avança Juca Bata, porta-voz da Direcção Provincial de Migração da Província de Maputo.
“Nas últimas vinte e quatro horas, nos quatro postos de fronteira entraram 4462 viajantes e saíram 1768 viajantes totalizando 6230, contra 5318 registados em igual período do ano passado. Representando um aumento em 12%. Portanto, só na fronteira de Ressano Garcia entraram 3696 pessoas e 1444 saíram totalizando 5140 viajantes”, esclareceu o Porta-voz da Direcção Provincial de Migração em Maputo.
E o aumento do movimento migratório é motivado, em parte, pelo levantamento das medidas restritivas contra COVID-19 pela África do Sul, bem como pelo facto de a fronteira funcionar 24 horas por dia. E o cenário a descrever na fronteira de Ressano Garcia é de total calma.