Uma boa notícia para simpatizantes do presidente Umaro Sissoco Embaló. Cipriano Cassamá, presidente interino da Guiné-Bissau empossado pelo parlamento, resolveu deixar o poder presidencial que disputava com Embaló.
Contudo, Cipriano Cassamá afirmou que vai voltar ao cargo de presidente do parlamento.
Na sexta-feira, o presidente da Assembleia Nacional Popular tomou posse como Presidente da República interino, com base no artigo da Constituição que prevê que a segunda figura do Estado tome posse em caso de vacatura na chefia do Estado.
Desde sexta-feira, Guiné-Bissau estava sob direcção de dois presidentes, Umaro Sissoco Embaló, endossado pelo presidente cessante e Cipriano Cassamá, empossado como presidente interino pelo parlamento dominado pelos deputados do PAIGC.
Fora do caso dois presidentes, há ainda dois primeiros-ministros, Nuno Nabian, antigo vice-presidente do parlamento empossado por Embaló, e Aristides Gomes que rejeita a exoneração decretada por Embaló, o declarado vencedor das presidenciais pela CNE.
“Estas crises cíclicas que o país tem conhecido, não ajudou a Guiné-Bissau a conhecer os melhores caminhos para o desenvolvimento. Portanto, há problemas em todos os sectores de prioridade, como sublinhou o Presidente da República. Temos que nos concentrar naquilo que é o aspecto social da nossa população", disse Nabian.
Esta tensão é agravada pelo assalto a edifícios públicos pelos militares aliados ao governo de Embaló que rejeita acusações de golpe de Estado.
“Não se está a viver nenhuma situação de golpe de Estado, aliás, não foi tomada nenhuma medida de restrição dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, muito menos pôr em causa o normal funcionamento do Estado. Na qualidade de chefe de Estado, decidi, em uso dos poderes que a Constituição me atribui, para pôr fim à anarquia, desordem, desrespeito”, disse Embaló.
Domingos Simões Pereira que submeteu reclamações de fraude eleitoral ao Supremo Tribunal da Justiça diz lamentar a actual situação que não dignifica o processo democrático na Guiné-Bissau.
Umaro Sissoco Embaló tomou poder na quinta-feira sem aprovação do Tribunal Supremo nem sequer do Parlamento.
A CEDEAO pede calma a duas partes em conflito, mas não avança nenhuma sugestão para pacificação desta situação. Por sua vez, a Liga Guineense dos Direitos Humanos condenou hoje o que chamou de "tentativas de subversão da ordem constitucional", apelando aos políticos para agirem de acordo com a lei da Guiné-Bissau e aos militares para se manterem afastados das disputas políticas, noticiou o RFI.