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Carne bovina escasseia na cidade de Inhambane

O único matadouro da cidade de Inhambane, onde era processada a carne que alimenta boa parte das famílias, existe desde 1964. Mas, a imundície que se vivia ali denunciada pelo “O País” levou a Inspecção Nacional de Actividades Económicas a encerrar o estabelecimento.

Dias depois, o Conselho Municipal de Inhambane decidiu pela sua demolição, por entender que a infra-estrutura não tinha condições para operar.

Enquanto isso, já começa a faltar carne bovina na cidade de Inhambane. Em alguns talhos por onde “O País” passou, a realidade é notável. Aliás, num dos estabelecimentos, o que ficou são apenas os ossos que restaram do último animal que receberam há mais de uma semana.

Segundo contaram ao “O País”, desde que o matadouro foi encerrado, os talhos pararam de receber carne bovina e, com isso, o negócio parou.

O negócio parou, mas o que não param são as contas por pagar, contas de um negócio que há duas semanas não dá dinheiro.

Exemplo dessas contas por pagar são os salários dos trabalhadores, os encargos fiscais, o custo de energia e água. “Estamos a pagar tudo isso, mas não temos dinheiro, e isso já está a ficar pesado para nós, como operadores”, acrescentou Armando Dombas, proprietário de um dos talhos.

E porque não há produção, os operadores ainda tentaram buscar novas saídas para conseguir a carne, que não são, entretanto, seguras nem economicamente viáveis.

Uma dessas saídas é abater animais no distrito de Panda, onde existe um matadouro industrial em funcionamento, mas dista a cerca de 90 km da cidade de Inhambane, o que poderia encarecer ainda mais a carne, com os custos de combustível e também a falta de condições de transporte, devido às estradas precárias.

Recorde-se que há cerca de oito dias, o edil de Inhambane disse que estava na fase conclusiva a construção de um novo matadouro na cidade de Inhambane, que deveria entrar em funcionamento dentro de três semanas.

O novo matadouro de Inhambane custou cerca de 4,6 milhões de Meticais, dinheiro disponibilizado pelo Banco de Moçambique, no âmbito do reassentamento de famílias para a construção da Praça do Metical.

 

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