Abdul Machava diz ser estranho que o director-geral do SISE tenha feito uma viagem de mais de 200 quilómetros de carro. O capitão-tenente acrescenta que só se a missão fosse ultra-secreta é que justificaria deslocação de viatura. Caso contrário, pode ter havido falha no protocolo.
Bernardo Constantino Lidimba foi nomeado director-geral do Serviço de Informações e Segurança do Estado, SISE, em Maio de 2022, substituindo no cargo Júlio Jane.
No cargo de director-geral da secreta moçambicana, que lhe foi confiado pelo Presidente da República, Lidimba tinha como parte das suas competências as seguintes: nomear, exonerar e demitir os directores de divisão e directores nacionais após aprovação das propostas pelo Presidente da República; admitir, nomear, exonerar e demitir os restantes membros do SISE; transmitir informações de forma pontual e sistemática ao Presidente da República; transmitir informações a outras entidades com necessidade de conhecer; dar execução às ordens e instruções do Presidente da República; determinar os processos de recrutamento e carreiras.
De acordo com o capitão-tenente na reserva Capitão-Tenente figuras, como director-geral do SISE, há um protocolo específico para a sua mobilidade. Abdul Machava entende que só é aceitável que o director-geral do SISE tenha percorrido longas distâncias de carro, caso a missão assim exigisse.
Ainda assim, o capitão-tenente na reserva defende que deve haver uma investigação do acidente de viação para evitar especulações.
Antes de ser nomeado pelo Presidente da República para dirigir a secreta moçambicana, Lidimba era chefe do Protocolo do Estado e alto-comissário de Moçambique em Nairobi, no Quénia.