A conceituada cantora moçambicana Juliana de Sousa anunciou a sua união ao movimento de conservação no Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto, no norte daquela província.
Natural da terra da boa gente, Juliana de Sousa compôs a música “Bassissa Bazaruto”, uma expressão em língua citswa, uma das mais faladas naquele ponto do país, que significa “limpar Bazaruto”, em português.
Em conversa com o “O País”, Juliana de Sousa disse que pretende, através da sua melhor arma, a música, consciencializar as pessoas sobre a necessidade de preservar aquela área de conservação: “Muitos gostam de ir a Bazaruto, mas, para manter aquele local atractivo, tal como está agora, é importante manter limpo, para que outras mais pessoas cheguem a Bazaruto e sintam também o feitiço daquele pequeno paraíso”, disse a cantora.
“Em Bazaruto, encontram-se riquezas e animais raros de ver noutros cantos do mundo, mas o lixo coloca em perigo a vida desses animais e da terra” – é apenas um trecho da música Basisa Bazaruto, de Juliana de Sousa, que chama atenção para não transformar Bazaruto num depósito de lixo.
Juliana de Sousa diz que a sua participação na causa não termina por aí e, mesmo sem revelar detalhes, diz que está na fase final um projecto de comunicação comunitária sobre como lidar com o meio ambiente.
A música e o vídeo que já foram gravados, serão lançados em breve e partilhados em várias plataformas de comunicação.
No âmbito da gestão sustentável do parque, foram ainda criados seis clubes ambientais em todas as escolas do Arquipélago do Bazaruto, compostos por um universo de 1450 crianças, com o objectivo fundamental de consciencializar as comunidades sobre a importância da conservação da biodiversidade e da gestão sustentável dos recursos naturais. “O destino do planeta está nas mãos das crianças, por isso é importante que, desde pequenas, elas aprendam a racionalizar os recursos e a cuidar do meio ambiente”, acrescentou Juliana de Sousa.
O Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto foi estabelecido a 25 de Maio de 1971, numa acção progressiva por parte do Governo de Moçambique, para proteger aquela paisagem marítima excepcional – um bem natural de valor nacional e global significativo.
Composto por cinco ilhas, três das quais albergam aproximadamente 5000 habitantes locais, o arquipélago serve de santuário a milhares de espécies de peixes, baleias, mantas-raia, golfinhos, tartarugas marinhas que nidificam nas ilhas que compõem o arquipélago e a última população viável de dugongos da região. A sua beleza e diversidade de vida selvagem fazem de Bazaruto um destino turístico cobiçado.