O antigo presidente da União Desportiva do Songo, Luís Canhemba, defende a aposta em infra-estruturas de qualidade, plano de captação de receitas com os direitos de transmissão televisa e criação de novos parceiros para tornar o Moçambola sustentável. Canhemba é uma das figuras escolhidas para liderar o processo de reestruturação da Liga Moçambicana de Futebol.
Incertezas quanto ao desfecho da prova por falta de fundos, ameaças de desistência de equipas a meio do campeonato, insustentabilidade financeira, ausência de um plano de marketing, manutenção e captação de novos parceiros que injectem dinheiro são alguns dos problemas que, a cada ano, transformam o Moçambola num certame sem estabilidade. Em tempos de crise, que força alguns patrocinadores a retraírem os seus investimentos no desporto, no caso específico, há que encontrar soluções para atraí-los e fazer do campeonato nacional uma prova com pujança financeira. É preciso, aliás, evitar cenários como o de 2018, quando o Presidente da República, Filipe Nyusi, assegurou a mobilização de apoios para que o Moçambola não parasse. Filipe Nyusi disse, na altura, que o campeonato nacional de futebol não era uma actividade de uma pessoa, de um grupo de pessoas, de uma liga ou direcção, mas sim do povo moçambicano.
Com experiência na gestão desportiva, Luís Canhemba sabe quais os caminhos a seguir para que a Liga Moçambicana de Futebol seja uma referência.
“Como homens do futebol sabemos quais são as nossas principais preocupações. A primeira está relacionada com a questão das infra-estruturas. Temos ainda a questão da regulamentação da nossa liga principal que é o Moçambola, a questão dos direitos de transmissão televisiva da prova e, sobretudo, a questão da sustentabilidade da prova, pois muitas vezes apercebemo-nos que o Campeonato ou a Liga apresenta dificuldades de chegar até ao fim por falta de dinheiro”, observou Canhemba. O antigo presidente da União Desportiva do Songo referiu que “temos que descobrir neste processo como tornar a Liga num produto que se vende e que seja sustentável financeiramente, torná-lo um apreciável pelas empresas, assim como por todos nós como agentes e adeptos do futebol”.
À semelhança de outros campeonatos, é fundamental que se reestruture o actual modelo de gestão, se transforme a prova num produto apetecível e vendável para que possa atingir os padrões internacionais exigidos pela UEFA.
“Nós dentro da Liga pensamos que para além da revisão dos estatutos e dos regulamentos, é preciso fazer a reestruturação da própria Liga de futebol. Por via disso e também porque a FMF tem recebido uma assistência de um programa denominado UEFA Assist decidimos escolher algumas individualidades para que possam acompanhar de perto este processo que inclui a reestruturação ao nível legal, da alta competição, comercial e de marketing”, secundou o presidente da Liga Moçambicana de Futebol, Ananias Couana.
A reestruturação do Campeonato nacional enquadra-se no âmbito do programa UEFA Assist, que visa melhorar o desenvolvimento do futebol, elevando cada vez mais a qualidade das federações e associações.
O aumento das receitas dos direitos televisivos constitui, igualmente, uma das apostas para tornar a Liga Moçambicana de Futebol robusta.