Há cada vez mais imundície devido à fraca recolha do lixo no Município da Matola. Algumas ruas ficaram bloqueadas durante semanas. A edilidade diz que existe um plano de dez anos para acabar com os focos de lixo, mas ainda busca financiamento para a sua operacionalização.
O problema é antigo e, se dependesse de reclamações, já estaria resolvido.
Uma ronda em algumas ruas e avenidas da cidade da Matola mostra que a pretensão da edilidade de remover o lixo nos bairros não é bem conseguida.
A situação é tão caótica que chega a bloquear algumas vias. É em meio à imundície que vários moradores do bairro da Liberdade vivem.
Paulo Luís, residente da Liberdade há mais de 30 anos, conta que não é de hoje a falta de recolha do lixo.
“Já nos reunimos várias vezes com os chefes do quarteirão e o próprio município, mas ainda não encontrámos solução para este problema. Não aguentamos esta situação. Somos obrigados a conviver com moscas e toda esta imundície.”
Do bairro da Liberdade não é preciso ir para muito longe. O mesmo problema encontra-se em Malhampsene.
“Aqui, onde estamos, não há contentores de lixo. Vivemos nestas condições. Procuramos o pão do dia-a-dia. Os contentores estão muito longe, por isso deitamos o lixo aqui e depois o queimamos”, disse Ana Rafael, munícipe da Matola.
A imundície tomou parte do mercado, onde se vendem alimentos, o que representa um risco para a saúde pública.
O presidente do Conselho Municipal da Matola, Calisto Cossa, conhece bem o problema da sua autarquia e diz que já existe um plano para acabar com os focos de lixo.
“O plano dá-nos indicações de quanto lixo nós produzimos e como é que devemos fazer o processo de recolha. Mas a limpeza de uma cidade não advém da quantidade de pessoas que limpam, mas sim da quantidade de pessoas que não sujam”, disse Calisto Cossa.
A cidade da Matola produz cerca de 1200 toneladas de lixo diariamente e, segundo a vereadora de salubridade, apesar de existir o plano, a sua concretização não é para já. O referido plano foi aprovado em 2022 e vai até 2032.