Pelo menos 13 pessoas foram burladas com promessas de emprego em Portugal. Pagaram valores que variam entre 20 e 60 mil meticais a um desconhecido com a promessa de seguir viagem a terras lusas. O caso remonta desde Outubro do ano passado. Em conexão com o caso, está detido em Maputo um indivíduo de nacionalidade portuguesa.
Dois jovens moçambicanos mantêm sonhos de trabalhar em Portugal. Para o efeito, tiveram contacto de alguém que supostamente ajuda pessoas interessadas a viajarem para aquele país europeu. Não chegaram a conhecer a pessoa, mantinham contacto telefónico e o dinheiro foi pago via transferência. Há dois meses neste processo, a viagem não chegou a acontecer e depois de sucessivos contactos, descobriram que estavam diante de uma burla.
“Peguei no dinheiro e enviei e ficámos assim, onde é que começa a história, onde começa o real motivo de nós descobrirmos que isto trata-se de uma burla, ele não dizia quando é que seria a viagem só falava que o seu superior vem ora está cá. Sempre que ligava dizia que estou reunido e não posso falar agora, então, acabamos vendo que isto aqui é uma burla”.
Outra vítima diz já ter sido burlada no passado num outro negócio e desta vez tentava sorte para viajar e trabalhar em terras lusas, viagem essa que não aconteceu e só ficou o arrependimento.
“Me precipitei tanto por acaso porque eu estava a trabalhar aqui mas por isso fui denunciar meu contrato, assim não estou a trabalhar porque a tal pessoa me garantiu que devia ter viajado a 10 de Janeiro passado para Portugal, mas, até ao momento estou aqui. A mensagem que eu gostaria de deixar para os outros é só ter muito cuidado quanto a isso”.
Neste esquema foi detido pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal um indivíduo de nacionalidade portuguesa que está em Moçambique há menos de dois anos. Diz ser consultor e dono de empresa de recrutamento, aliás, diz que já mandou para Lisboa 9 moçambicanos e nega que seja burlador.
“As pessoas desesperadas já pagaram bastantes ao Senhor Hermínio. Não é verdade, eu não sou burlador, não burlo ninguém, as pessoas vem me procurar, eu estou no meu escritório tranquilo, trabalho no ponto final, vieram ter comigo, eu não burlo ninguém”.
Na posse do indiciado, foram encontrados 13 passaportes moçambicanos e livros de recibos. O SERNIC diz estar à procura de mais envolvidos.
“Este indivíduo ter-se-á juntado a outros dois cidadãos moçambicanos e esses por sua via iam aliciando alguns cidadão interessados em ingressar no mercado de emprego de preferência em Portugal. Então aliciavam as vítimas exigindo o pagamento de valores monetários de forma faseada que variam entre 20 a 60 mil meticais por cada cidadão” explicou Hilário Lole porta-voz do SERNIC.
As vítimas pretendiam trabalhar no sector de construção civil, hotelaria e turismo.