A Procuradora-Geral da República, Beatriz Buchili, defendeu acções enérgicas com vista ao combate à corrupção no país, para não pôr em causa a soberania do Estado.
Buchili falava a magistrados em Quelimane, capital da província da Zambézia, à margem da décima reunião do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC). No evento, a magistrada mostrou-se preocupada com o facto de persistirem, no país, casos de cidadãos que tudo fazem para enveredar pela corrupção, prejudicando e colocando em causa a soberania dos moçambicanos.
Por isso, defende o fim à impunidade, isto é, todos os corruptos devem estar na barra da justiça para responder pelos seus actos. Mas, para tal, o Ministério Público quer mais celeridade processual e uma investigação mais arrojada para a recuperação de activos.
“O criminoso não pode continuar impune. Deve ser julgado, condenado e o Estado ressarcido dos prejuízos causados. Devemos fazer de tudo para a celeridade processual, para que os corruptos sejam efectivamente condenados e responsabilizados”, afirmou Buchili.
A Procuradora-Geral da República acrescentou que a realidade actual desafia os magistrados a serem implacáveis contra aqueles que enveredam pela corrupção, prejudicando o desenvolvimento socioeconómico e a soberania do Estado, dada a sua ligação com o terrorismo, o tráfico de pessoas e de drogas, imigração ilegal e branqueamento de capitais.
“Por isso, precisamos de aprimorar a nossa estratégia de intervenção, o que passa por avaliar a estratégia que temos vindo a implementar e a necessidade de alargamento do GCCC a nível do país, bem assim dos mecanismos de actuação dos pontos focais nas províncias onde não temos instalados os gabinetes de combate à corrupção”, precisou a magistrada.
Um dos desafios do Ministério Público é a conclusão do processo de instalação dos Gabinetes Provinciais de Combate à Corrupção, nomeadamente em Cabo Delgado, Niassa, Manica, Gaza e Cidade de Maputo, e garantir recursos humanos necessários para maior eficácia da acção que se pretende.