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Bruno Campos: ATCM e SED devem deixar a federação fazer o seu trabalho

Foto: O País

O presidente da Federação Moçambicana de Automobilismo e Motociclismo, Bruno Campos, apesar de reconhecer que o Automóvel Touring Clube de Moçambique (ATCM) é um clube grande com um historial no país, bem financeiramente e com infra-estrutura, diz que o mesmo deve deixar a instituição que dirige fazer o seu trabalho. Diz ainda que a Secretaria do Estado de Desporto (SED) é que perpetua essa ilegalidade.

A Federação Moçambicana de Automobilismo e Motociclismo tem vindo a reclamar a interferência do ATCM naquelas que são as suas competências, facto que nalgum momento tem criado algumas desinteligências entre as duas instituições.

Para Bruno Campos, a federação é a única instituição em Moçambique que tem as credenciais oficiais do Governo para representar o desporto de automóvel e de motociclismo, a nível nacional e internacional.

“Que fique claro que a federação não tem nenhum conflito com o ATCM. Condenamos, porém, a sua forma de actuar”, explica, acrescentando que este clube não representa o país em lado nenhum. Diz ainda que o ATCM deve cumprir as suas funções como clube e deixar a federação fazer o seu trabalho, entanto que agremiação que coordena e regulamenta o desporto motorizado no país.

 

SED PERPETUA A ILEGALIDADE

Bruno Campo considera que, em relação ao que está a acontecer, o ATCM não é o grande culpado, mas sim a Secretaria do Estado de Desporto (SED), instituição que, na sua opinião, está a deixar com que o clube esteja a usufruir de competências que não lhe dizem respeito. Sublinhou que a SED, ao autorizar as provas da ATCM, também está a fazer algo que não lhe compete.

˝Não cabe à Secretaria do Estado de Desporto autorizar a realização de provas, até porque essa tarefa, de acordo com a lei, é da inteira responsabilidade das federações desportivas nacionais”, explica Bruno Campos.

Campos vai mais longe ao afirmar que não existe vontade da parte da SED em dirimir esse problema, justificando pelo facto de a federação ter enviado várias cartas à essa instituição, não tendo recebido uma resposta sequer.

“Nós informamos sobre as provas que estão sendo realizadas pela ATCM sem qualquer anuência da federação”, disse Bruno Campos. Nesse sentido, o mesmo aventa a possibilidade de haver alguém que protege a ATCM, de modo a fazer essas provas.

“Um clube não pode autorizar-se a si próprio e nem se pode licenciar, muito menos legalizar os próprios atletas. Ou seja, elas são árbitros, juízes, licenciadores e organizadores ao mesmo tempo”, adverte Campos, ajuntando que o secretário do Estado deve responder sobre esse imbróglio todo.

À semelhança da Secretaria do Estado de Desporto, Bruno Campos diz que a instituição que dirige já mandou várias cartas ao ATCM, mas também nunca teve resposta.

“Até parece que o ATCM é uma ilhota na Costa do Sol, que tem leis próprias e faz aquilo que bem lhe apetece”, afirma

Alguns pilotos e dirigentes da modalidade defendem a separação entre o desporto automóvel e motociclista, ou seja, duas federações. Essa pretensão tem levantado muitos debates nos últimos dias. Sobre esse assunto, Bruno Campos afirma que, como o ATCM não está no motociclismo, pretende manipular as pessoas.

“Nós não podemos aparecer agora com essa conversa de que temos de separar o automobilismo do motociclismo, só para um clube revelar-se. Querem continuar a deixar o ATCM a fazer o que bem lhe apetece?”, questiona Campos, afirmando que isso não existe na lei.

Entretanto, a época desportiva da Federação Moçambicana de Automobilismo e Motociclismo abre no dia 26 do mês em curso. Para a presente época, irá organizar os campeonatos de drift, gincana, drug racing, motocross, autocross e mototurismo, etc.

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