A companhia mineira brasileira, Vale, assegurou ao Governo moçambicano que a empresa quer sair de Moçambique de forma responsável, deixando activos e mão-de-obra com valor competitivo, disse, esta segunda-feira, um responsável da mineradora à Lusa, citando uma fonte do Executivo moçambicano.
Durante um encontro com o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Ernesto Max Tonela, o director global do Carvão da Vale, Paulo Couto, garantiu que a empresa não quer uma saída precipitada e está a trabalhar através de um processo de desinvestimento. Por isso, a empresa está a equacionar uma solução menos lesiva possível para os interesses de todas as partes.
Paulo Couto adiantou, ainda, que a Vale está a analisar as propostas de seis companhias interessadas em ficar com os activos em Moçambique, na sequência da decisão de desinvestimento que a firma brasileira tomou, no âmbito da aposta na neutralidade em relação aos combustíveis fósseis.
Segundo a Lusa, apesar de estar a sair de Moçambique, a empresa quer deixar uma operação competitiva, estando empenhada em incrementar a sua produção de carvão na província de Tete, centro do país, dos actuais 1o milhões para 15 milhões de toneladas no próximo ano.
O carvão é um dos principais produtos de exportação de Moçambique e a Vale emprega cerca de 8.000 pessoas, cerca de 3.000 trabalhadores próprios e os restantes subcontratados. A Vale justifica a sua saída com o objectivo de ser neutra ao nível das emissões de carbono até 2050 e reduzir algumas das suas principais fontes de poluição daquele tipo até 2030.