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Braço de ferro continua entre Vale e moradores de Moatize

Os dias lá vão, e mesmo sem revelar os valores, crescem também os prejuízos para a mineradora brasileira Vale. Isto porque a multinacional está em choques com a comunidade de Moatize, em causa a alegada poluição do ar causada pelas operações de extracção carvão.

Um conflicto que ainda não mostra sinais de desfecho para já, escreve a AIM.

O encerramento da mina da Vale, conhecida como “Moatize-2”, data de 4 de Outubro, quando cerca de 200 moradores (que viviam nos bairros de Moatize, Bagamoyo e Nhantchere) invadiram a mina alegando que a mesma estava a poluir o ar com poeiras e com o som das máquinas.

Nem os cerca de 20 seguranças particulares da Vale conseguiram restaurar a ordem. Os manifestantes têm duas exigências para que a mina não seja encerrada em definitivo.

Numa primeira fase, os moradores querem que os domicílios afectados sejam reassentados longe da poeira do carvão, que os ameaça com doenças pulmonares. Além da poeira, eles dizem que as explosões na mina causam vibrações que estão a danificar suas casas, causando graves fissuras nas paredes.

“Invadir a mina foi nosso último recurso”, disseram, dado o fracasso do diálogo anterior com a administração da empresa. Estamos cansados ??dessa situação de poeira e dos danos às nossas casas.

Em segundo plano, a comunidade quer que a Vale pague um subsídio mensal de cinco mil meticais para cada uma das seis mil famílias afectadas, enquanto a empresa criou as condições para afastar os residentes dessa área.

Para acalmar os ânimos, o vice-ministro dos Recursos Minerais e Energia, Augusto Fernando, falou com a comissão de moradores, na qual advertiu que parar com o funcionamento da mina causaria efeitos para todos os moçambicanos que dependem da Vale.

Esses argumentos fizeram pouco impacto sobre a população que disse que era melhor para o país dispensar os impostos pagos pela Vale do que "comprometer o futuro de uma geração inteira, porque a inalação de pó de carvão mata".

Para reduzir a emissão de poeira, a Vale vai pulverizar a área com água. E para tal, a mineradora pretende adquirir mais dois caminhões de aspersão para manter a área afectada pelas poeiras húmida.

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