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BM disponibilizou USD 16,7 biliões para regiões de África conterem crises em 2023

Os países da África Oriental e Austral enfrentaram uma série de crises no ano passado, como resultado do conflito russo-ucraniano. Para conter a situação, o Banco Mundial (BM) desembolsou um total de 16,7 biliões de dólares em empréstimos para as regiões.

No seu mais recente relatório anual designado “uma nova era de desenvolvimento” referente a 2023, o Banco Mundial recordou a previsão de desaceleração no crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) da região, com projecções passando de 3,5% em 2022 para 3% em 2023. Essa previsão é agravada pela queda nos índices de crescimento de longo prazo dos principais países do continente, como a África do Sul, cuja actividade económica pode enfraquecer ainda mais, atingindo 0,8% em 2023 devido ao aprofundamento da crise energética.

No entanto, o documento da instituição financeira revela que há sinais de esperança no meio da adversidade. Alguns países, como República Democrática do Congo, Quénia e Ruanda, demonstram resiliência, apresentando crescimento económico sólido em 2022, com taxas de 8,6%, 5,2% e 8,2%, respectivamente. O segredo, segundo o Banco Mundial, reside na capacidade desses países em aproveitar os seus recursos naturais e adoptar políticas adequadas, visando melhorar a sua sustentabilidade fiscal e o manejo da dívida.

Para enfrentar crises, o Banco Mundial aumentou o nível de assistência às regiões. No exercício financeiro de 2023, a instituição aprovou um total de 16,7 biliões de dólares em empréstimos para 73 operações na África Oriental e Austral. Esse financiamento inclui 3,8 biliões de dólares destinados a novos projectos para fortalecer a segurança alimentar e promover o desenvolvimento digital.

“Nossas prioridades para a região concentram-se no fortalecimento do contrato social, na criação de empregos, na transformação económica, na melhoria do capital humano, no empoderamento das mulheres e no aumento da resiliência climática. Também apoiamos a recuperação com investimentos em infra-estrutura, inclusão financeira e redes de segurança para as pessoas mais vulneráveis”, avança o Banco Mundial.

De acordo com a instituição financeira, a situação da segurança alimentar é preocupante, com mais de 36 milhões de pessoas a enfrentarem a escassez de alimentos no Chifre da África, enquanto a Etiópia, Quénia e Somália enfrentam a pior seca em 40 anos.
O Banco Mundial declarou, também, que está a responder à crise com um financiamento de 2,8 biliões, focado na implantação de políticas mais eficazes e na promoção de sistemas alimentares resilientes a longo prazo.

A instituição financeira tem investimento para aumentar a resiliência dos países da região aos choques climáticos. Com projectos que visam melhorar a adaptação às mudanças climáticas e fortalecer a conexão às fontes de água, estão a ser beneficiados milhões de pessoas em países como Djibuti, Etiópia, Quénia e Somália.

No campo da electrificação, o Banco Mundial está a trabalhar para acelerar o acesso à energia eléctrica em países como Tanzânia e África do Sul, visando atender à crescente demanda e promover um desenvolvimento mais sustentável.

Ademais, como parte da estratégia regional de educação, a instituição afirma que está a apoiar iniciativas de expansão das reformas educacionais e de melhoria dos resultados de aprendizagem.

“No Chade, ajudámos a lançar um sistema de pagamento móvel para professores da comunidade, o que melhorou a sua frequência. Na Mauritânia, ajudámos a criar comissões de gestão escolar, que aumentaram o envolvimento dos pais na educação dos seus filhos. No Senegal, ajudámos escolas religiosas a fornecerem competências básicas aos seus alunos”, informa o banco.

O BM assume, ainda, o compromisso de capacitar mulheres e meninas para expandir o capital humano e acelerar o crescimento. “Isso inclui o nosso apoio à educação de meninas, à oferta de oportunidades económicas para mulheres, à prestação de serviços de saúde melhores e à ampliação da voz e autonomia das mulheres.”

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