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Bispos católicos queixam-se de proliferação de seitas religiosas no país

Foto: O País

Bispos da Igreja Católica queixam-se da proliferação de seitas religiosas em Moçambique, uma situação que, no seu entender, está a atrapalhar vários crentes.

O surgimento e a proliferação de seitas religiosas em Moçambique foram um dos temas de destaque na conferência de imprensa ocorrida ontem, na Cidade de Maputo, e que constitui preocupação para os bispos católicos de Moçambique.

“Nos últimos tempos, estão a multiplicar-se congregações que não são do ramo católico, nem protestantes, mas são seitas que estão a chegar de todos os lados. Temos visto pequenas comunidades onde, por exemplo, um crente desiste e abre a sua congregação. Isto é uma preocupação porque atrapalha os nossos cristãos”, disse o bispo Inácio Lucas.

Há também radicalismo e extremismo nas igrejas, segundo os bispos, que sugere a criação de um gabinete nacional para combater aos fenómenos.

“Há que precavermos o futuro da juventude. Devemos combater atitudes extremistas e radicais e que se use a religião para outros fins. A igreja, como educadora, está preocupada com estes problemas”, disse o Arcebispo da Maputo, João Carlos Nunes.

Sobre a situação política do país, os bispos defendem que deve haver transparência no processo de recenseamento em curso para evitar conflitos eleitorais.

“A história mostra-nos que estes momentos não só têm sido de festa, como também de conflitos. Então, é importante precavermo-nos e criarmos condições para que tais conflitos não ocorram. Que seja um momento de festa para todos”, disse Carlos Nunes.

Em relação às últimas visitas que os bispos efectuaram à Assembleia da República e à Presidência da República, João Carlos Nunes explicou que o objectivo “era reforçar as relações entre a Igreja Católica e as instituições de soberania do Governo. A título de exemplo, na próxima quinta-feira foi-nos pedido para falar da ética do deputado na Assembleia da República. É uma maneira de colaborar naquilo que são os valores morais para que as instituições consigam seguir os objectivos para os quais foram criadas. É também uma forma de demonstrar o compromisso político que temos, sobretudo quando diz respeito à criação de condições necessárias para a boa convivência”, explicou o Arcebispo de Maputo.

Os representantes da Conferência Episcopal de Moçambique falavam a jornalistas durante o balanço de uma reunião dos bispos católicos ocorrida na Província de Maputo, de 17 a 25 de Abril.

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