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Biden e Xi já se encontraram e destacaram necessidade de “trazer a paz”

Foi a primeira vez que os dois líderes se reuniram desde que Joe Biden assumiu a presidência dos EUA. Ambos afirmaram querer “manter relações”.

O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, já se encontrou com o seu homólogo chinês, Xi Jinping. O encontro, o primeiro desde que Biden assumiu a presidência dos EUA, aconteceu à margem da cimeira do grupo das 20 economias mais desenvolvidas (G20).

“Senhor presidente, é bom vê-lo”, afirmou Xi Jinping, no início do encontro, citado pela BBC. “A última vez que nos encontrámos foi em Davos, há mais de cinco anos. Desde que assumiu a presidência, temos mantido contacto em conversas online. Mas nada pode substituir o contacto presencial. E hoje temos esta reunião presencial”, acrescentou.

O Presidente chinês afirmou que ambos ganharam “experiência” e aprenderam “lições” e reconheceu que os dois países se encontram numa “situação”, com a qual se “preocupa”. “Precisamos de encontrar a direcção certa para a relação bilateral avançar e elevar a relação”, frisou.

“O nosso encontro atraiu a atenção do mundo inteiro. Precisamos de trabalhar com todos os países para trazer a paz ao mundo”, disse ainda.

Por sua vez, o Presidente norte-americano também destacou a importância de evitar um “conflito” entre os EUA e a China. Biden afirmou estar “empenhado em manter a linha de comunicação aberta” e para que os dois países possam “trabalhar em questões globais urgentes”.

“As nossas duas nações compartilham a responsabilidade de administrar as suas diferenças, devemos evitar que a competição se torne em conflito. Devemos encontrar formas de trabalhar juntos em questões globais urgentes, que exigem a nossa cooperação”, disse.

Biden e Xi abriram a sua primeira reunião presencial desde que o presidente dos EUA assumiu o cargo, há quase dois anos, com um aperto de mão, num hotel de luxo, na Indonésia, onde vão participar na cimeira do G20.

O encontro surge numa altura de tensões renovadas entre China e Estados Unidos, suscitadas pelas divergências em relação à guerra na Ucrânia, a questão de Taiwan e as restrições impostas por Washington à exportação de equipamento para produção de semicondutores para o país asiático.

“ACREDITO QUE ELES [RÚSSIA] NÃO PRECISAM DE QUE HAJA NOVA GUERRA FRIA”

O Presidente dos Estados Unidos conversou, esta segunda-feira, com o seu homólogo chinês, e garantiu que houve coisas em que discordaram, mas que a opinião quanto ao conflito na guerra na Ucrânia se aproxima.

Questionado pelo Wall Street Journal sobre a possibilidade de existir uma guerra nuclear, Joe Biden foi peremptório: “Eu acredito que eles [Rússia] não precisam que haja uma nova Guerra Fria”, afirmou, reiterando que ambos os líderes foram “claros” quanto a esse assunto.

Questionado sobre se achou Xi Jinping “conflituoso”, dadas as tensões internacionais entre os dois países, Biden explicou que o “encontrou da forma como ele tem sido: directo e honesto”.

Recorrendo aos resultados à quase certa vitória democrata nas eleições intercalares, que contrariam a ‘onda vermelha’ dada pelas sondagens, Biden disse: “Acho que as eleições ainda estão incertas, mas enviam uma mensagem muito forte ao mundo: os Estados Unidos estão prontos para o desempenhar o seu papel”, completou, clarificando que houve assuntos em que discordaram, e outros que foram ao encontro um do outro – no caso do conflito nuclear, tal como já tinha dito.

Ainda quanto às eleições, o Presidente dos EUA não deixou de dizer uma palavra, ainda no início da conferência: “Mais uma vez, os americanos provaram que a democracia é quem nós somos”, afirmou Joe Biden.

“O que estas eleições mostram é que há uma inabalável vontade de preservara  democracia”, continuou, no mesmo dia em que se reuniu, durante três horas, com o Presidente da China, em Bali, na Indonésia.

Biden repetiu várias vezes durante a sua intervenção que a conversa com o líder da China deixou os assuntos entre os dois bem clarificados.

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