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Bernardo Mariano diz que o país deve usar tecnologia para combater terrorismo

O assistente do secretário-geral das Nações Unidas, Bernardino Mariano Joaquim Júnior, diz que Moçambique deve investir na tecnologia para alcançar o desenvolvimento e, até, combater o terrorismo. Em entrevista concedida ao “O País”, o técnico de informática desafia a que se invista no comércio electrónico e que se pense em soluções inovadoras para responder aos desafios actuais.

Bernardo Mariano é moçambicano, natural da província de Nampula, com quase 30 anos de experiência na área de informática e em 2021 foi nomeado para o cargo de assistente do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para o Escritório de Tecnologia da Informação e Comunicações.

Como é que começa a existência de Bernardo Mariano Júnior enquanto um técnico de Informática?

A minha história começa quando eu ainda era muito jovem na verdade. A minha paixão pela informática vem do tempo da escola secundária, a minha curiosidade pela tecnologia vem exatamente da infância. Então, isto quer dizer que um sonho de infância, um sonho de todos os jovens que estão, hoje, a estudar na escola secundária como nas universidades, é, na verdade, o começo de uma trajectória. E na minha particularidade, este sonho que eu sempre tive, a paixão pela tecnologia, foi o que me levou a chegar aonde estou, começando por aquilo que eu fazia na infância, a curiosidade de querer saber como a energia chegava às casas, querer compreender o porquê de o rádio ter a voz do locutor, a curiosidade que me levou à origem dos próprios computadores, como estes funcionavam. A curiosidade levou-me até à formação em eletroctécnica na Universidade Eduardo Mondlane, e, depois, ao meu primeiro emprego como técnico de informática na KEA International, e depois a TDM que agora é a TMcel, e passei a dar os serviços de informática em Moçambique. Depois, tive a oportunidade de viajar e trabalhar em três países, até chegar aqui, a Nova Iorque, nas Nações Unidas.

E naquela altura em que Bernardo Mariano começou a ter esta paixão, diferente de alguns de nós, até os nossos mais novos, que são chamados os nativos digitais, havia pouco acesso aos objectos electrónicos. Provavelmente, houvesse electricidade, rádios e telefones fixos. Quão difícil era ter acesso a estes instrumentos e imaginar que ao invés de sonhar em apenas tê-los, também conhecer o seu funcionamento e ser um agente que maneje com maior profissionalismo?

Quando jovem, não existia o celular. Neste momento em que temos todas estas tecnologias, por exemplo, a inteligência artificial, a robótica, são objectos que ainda não estamos a explorar muito em Moçambique e os jovens não têm acesso. Mas esta tecnologia existe e os jovens portanto, como eu naquela altura sonhavam com algo que praticamente não existia, eu tinha a curiosidade de conhecer coisas que não estavam ao meu alcance e nem tinha a capacidade de ter, não tinha a capacidade de comprar um computador, mas isso não retirou a curiosidade de aprender e saber como funciona e tentar estrear nesta área de informática. O que eu quero dizer é que os jovens e todos nós para desenvolver o nosso país temos que pensar nas oportunidades que estão além daquilo que existe. Neste período de digitalização, que está a ser arfante para o desenvolvimento, é importante que os jovens comecem a pensar na ciência de Dados, Robótica e de Inteligência Artificial, e não como consumidores, mas sim criadores, como inovadores e claro que o governo e sociedade privada e a banca têm de criar um ecossistema que propicie este desenvolvimento, portanto a inovação dos jovens. E são essas oportunidades que vão permitir que muitos jovens consigam fazer muito mais do que já fiz.

Está agora a trazer esta questão da necessidade de os jovens terem sonhos e começar a pensar em coisas que, embora não existam em Moçambique, já são visíveis nos outros cantos do mundo. Está agora nos Estados Unidos, um país que tem, por exemplo, como uma das suas bandeiras, o sonho americano, o de acreditar que todos podem atingir os lugares cimeiros. Sente que em Moçambique há plataformas criadas para que os jovens – da Cidade de Maputo, do Centro do país, de Nangade, em Cabo Delgado, ou de Homoíne, em Inhambane, entre outros –, estejam cientes de que é possível que atinjam lugares cimeiros?

Moçambique está num momento muito crucial para o seu desenvolvimento. O meu sonho é que as oportunidades para os jovens para o desenvolvimento de Moçambique não sejam de uma pequena minoria. O que eu vi é que países em que estas oportunidades estavam para uma pequena minoria até hoje não estão desenvolvidos e estão piores que há 20 anos. O que eu quero dizer é que, na verdade, este momento muito crucial de Moçambique exige uma dinamização para desenvolver uma posição tanto do Governo como do sector privado e da sociedade civil de extrair todos os benefícios que se possam extrair da camada juvenil, a camada laboral e social.

O que eu quero dizer é que há oportunidades para inovar e desenvolver e para que se tenha um grande impacto; Moçambique está num processo de maturidade para chegar ao nível em que muitos países estão, como por exemplo a Noruega, entre outros países desenvolvidos. Mas, neste momento, onde existem recursos e novas áreas de investimento, é necessário que o Governo, o sector privado e a sociedade civil tenham aquele sentimento de dar tudo que estiver ao alcance, tanto individual como colectivamente para contribuir de forma pequena, média ou grande. Então, penso que estamos no caminho certo, numa posição delicada. Se não tivermos atenção, podemos regredir.

Há, em Moçambique, falta de muitos dos recursos tecnológicos. Como podem os jovens criativos e empreendedores crescer? E qual deve ser o papel do Governo?

A grande alavanca para isto é a parceria. O Governo cria um sistema, o sector privado usa esse ecossistema para trazer a inovação, e a sociedade civil contribui para que a aceleração tenha um impacto positivo. Então, para o desenvolvimento de Moçambique, hoje, para a concretização do sonho de Moçambique tornar-se como muitos outros países desenvolvidos daqui a 5, 10, 15 anos, a responsabilidade não é somente do Governo, mas sim de todos. Temos de melhorar, por exemplo, na questão de usar os moçambicanos que estão fora do país para trazer novas ideias, que possam também melhorar o desenvolvimento. Temos de ter a certeza de que a formação dos jovens vai permitir o ingresso no trabalho honesto e digno. Temos essa capacidade, só temos que a extrair tendo esta perspectiva colectiva.

Bernardo saiu de um profissional brilhante em Moçambique para um quadro importante das Nações Unidas. Como se faz a transição?

A questão principal é, será que podemos estar satisfeitos com um Bernardo dirigente, porque o Bernardo chegou aonde chegou?

Não! Este não pode ser o objectivo. O objectivo tem que ser como é que fazemos mais moçambicanos chegarem onde Bernardo chegou e mais longe ainda, porque esta definição de resultado é que mostra progresso real. Moçambique tem capacidade; há muitos moçambicanos fora do país com quem tenho contacto de várias posições, tanto no sector privado como no sector público. Esta capacidade, há dez ou há vinte anos, não a tínhamos.

Isto quer dizer que daqui a cinco anos, nós queremos ter o dobro deste número, queremos ter o dobro da classe média moçambicana, a sua melhoria de vida é significativa. O meu sonho é que um dia, se eu sair desta posição e deixar de ser secretário-geral assistente, haja mais moçambicanos nesta posição nas Nações Unidas. E no sector privado, se há um empresário moçambicano de sucesso, o desejo dele deve ser de ter mais 20 moçambicanos neste sector de sucesso. O maior contributo de quem tenha sucesso é de apoiar outros moçambicanos, para juntos criarmos uma parceria significante que vai trazer desenvolvimento para Moçambique.

E qual é o impacto de ter este número de moçambicanos relevantes além-fronteiras?

Na verdade, alguns países financiam jovens para ingressarem no sistema das Nações Unidas. Moçambique não é uma ilha no ecossistema mundial. Este é, portanto, um país de um sistema de multilateralismo e necessita de conhecimento para compreender como é que funciona o sistema multilateral.

A contribuição destes moçambicanos fora do país é mesmo trazer este conhecimento para que o país se beneficie. Ainda não estamos a aperfeiçoar a arte de trazer este conhecimento para o benefício nacional. Tenho falado e discutido com algumas pessoas do Governo como do sector privado, académicos, social para ver como é que podemos melhorar esta parte.

Eu perguntava isto mesmo por conta da necessidade de compreender os papéis de todos os intervenientes, aqueles que ainda aspiram atingir esses lugares cimeiros, do Governo e também daqueles que já atingiram estes patamares, como é o caso do Bernardo Mariano, mas também temos alguns casos que até regressaram ao país, tal como o governador do Banco de Moçambique, que trabalhava nas instituições da Bretton Woods e o Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, que trabalhava no Banco Africano de Desenvolvimento. Temos agora Bernardo Mariano Jr. a trabalhar nas Nações Unidas e depois de ter passado por várias organizações, cada uma dessas que eu mencionei têm diferentes actividades.

Estamos num processo de maturidade nesta área. Ainda não temos um domínio que eu disse que deveríamos ter, mas estamos neste processo. Os países como os nórdicos investem em profissionais dos seus países para trabalhar no Conselho das Nações Unidas. Portanto, chama-se um programa para jovens e estes sabem que, a longo prazo, vão ter um benefício. Eu acho que esta parceria é importante.

A África em geral ainda não está a usar isso, embora alguns países europeus financiem esses jovens, nós temos uma moçambicana, por exemplo, que está na Suíça e que recebeu financiamento de um Governo europeu para entrar neste programa de formação de jovens. Os países desenvolvidos financiam.

Trazer conhecimento que está fora e que vai beneficiar Moçambique, é plataforma que, pelo menos, o ministro Magala está a começar a explorar usando um grupo de 16 moçambicanos que vão discutir com ele. Eles podem trazer ideias para resolver algumas questões. Portanto, este é o início, mas temos de melhorar.

O Estado moçambicano está neste momento a ter capacidade de seguir o rastro dos moçambicanos que estão em posições importantes além-fronteiras? Ou seja, sabemos quantos cidadãos estão em vários países e o que estão lá a fazer e o que podem também fazer por nós?

Quando trabalhava na área de operações da Migração financiou-se o Ministério dos Negócios Estrangeiros para fazer o registo dos moçambicanos que estão fora do país e até houve uma conferência em Moçambique neste sentido e trabalhou-se muito para que a entidade pudesse ter uma ideia da capacidade dos moçambicanos fora de Moçambique.

Ter um projecto, ir e ter a maturidade de extrair benefícios destas iniciativas são duas coisas diferentes. Existem iniciativas pontuais, mas eu penso que não temos uma estratégia abrangente e uma plataforma sustentável que constantemente usa o conhecimento dos moçambicanos fora de Moçambique no sector privado, na academia, no sector de multilateralismo, como Nações Unidas, para melhorar ou trazer o seu contributo para problemas pontuais.

Por exemplo, a minha área é transformação digital e tecnologia de informação. Trazendo dados dos produtos que Moçambique produz a nível nacional, de Norte a Sul, de Este a Oeste e torna-los visíveis pode melhorar o problema da agricultura através do uso de dados para definir estratégias de escoamento de produtos. Os moçambicanos, eu e outros, podemos trazer a contribuição para o desenvolvimento de Moçambique.

Qual é a importância que a tecnologia poderia jogar no desenvolvimento socio-económico do país? O que se pode fazer com a tecnologia para que traga mais recursos financeiros e melhor qualidade de vida entre os moçambicanos?

Meu sonho é que um agricultor produtor de batata, que se encontra na província de Niassa, tenha a capacidade de ter acesso ao comprador através de uma aplicação. O meu sonho é que Moçambique comece a investir em aplicativos e plataformas de dados que façam a conexão entre um produtor e o vendedor de uma maneira muito mais rápida e transparente.

Antigamente, a Microsoft tinha uma loja em Moçambique para vender o seu software, que se chama Microsoft office, porque ele era vendido através de um CD. Moçambique tinha benefícios neste processo porque ele pagava impostos e taxas. Mas, neste momento, a Microsoft não precisa de uma loja para vender o seu software, porque é tudo vendido Online.

O que quero dizer é que a tecnologia pode ser usada de modo a que um produtor que está em Niassa, num distrito recôndito, tenha acesso ao comprador usando uma plataforma digital. Imagine o poder disso… Isso não só vai resolver o problema do produtor–comprador, como também, mostrar as lacunas que temos na área de escoamento, transporte, manutenção de maquinaria, agricultura, sem falar de educação. Quantos jovens estamos a formar, em quantas áreas profissionais? Eu vejo, por exemplo, a proliferação de institutos que formam enfermeiros. Quantos enfermeiros temos formados e de quantos precisamos? Será esta uma área em que podemos investir para exportar mão-de-obra? Isso tudo são dados e têm muito valor na área digital. É muito importante que Moçambique, o Governo e a sociedade civil façam um investimento forte nesta área, porque é esta que vai permitir o desenvolvimento do país.

Sente que o processo de digitalização dos dados moçambicanos já começou e que é possível saber, por exemplo, quantos informáticos, jornalistas, médicos, ou enfermeiros existem no país actualmente? 

Este processo em Moçambique começou em piloto. Existem muitos projectos-piloto em Moçambique nesta área, mas temos que os transformar para que sejam sustentáveis e abranjam o nível nacional e tenham sustentabilidade muito mais prolongada do que a de um projecto financiado por uma instituição, seja as Nações Unidas, ou outra.

Nós começamos, sim, e temos pilotos em várias áreas, mas penso que é necessário irmos para o nível seguinte de maturidade, onde os dados são constantemente usados e actualizados, com uma sustentabilidade que permita que o Governo, o sector privado e a sociedade civil tomem decisões e focalizem certas áreas que são importantes. Por isso, eu disse que Moçambique está num ponto crucial, que é do seu desenvolvimento. Se todos nós tomarmos isso como algo que é parte dos moçambicanos, para desenvolver o país, poderemos chegar lá e usufruir dos benefícios da tecnologia.

Falou do comércio electrónico que é uma tendência mundial. Trouxe exemplo da Microsoft que já não precisa estar fisicamente nos mercados que a interessam. Acha que para avançarmos para este passo só precisamos criar plataformas tecnológicas? Ou era necessário que antes se fizesse um trabalho de sensibilização para que os próprios produtores de diversas áreas entendam que devem ter uma qualidade de competir com empresas que estejam em qualquer canto do mundo?

No âmbito da transformação digital há três áreas importantes: primeiro a população, de seguida a tecnologia e, por fim, os processos. Quando digo população refiro-me também à cultura que esta tem de modo a que estejam direccionados a eficácia e os benefícios da transformação digital. É verdade que a tecnologia é uma parte, porque temos também que fazer um trabalho de formação e capacitação para a mudança da cultura dos agricultores, por exemplo, para que olhem para a tecnologia como um espaço de previsão e análise. Para além destas três áreas, existe uma outra, que é a gestão de mudanças. Porque se eu trago uma tecnologia hoje e não faço nenhum investimento na gestão da mudança do hábito actual para o nosso hábito, isso trará problemas. É preciso um bom investimento para a mudança de hábitos.

Moçambique tem, neste momento, potencial sob o ponto de vista material, coisas para vender ao mundo electronicamente, em todas as áreas?

Moçambique tem muita matéria-prima para vender para o exterior. A área que Moçambique tem que desenvolver é a de serviços, onde a matéria-prima, que muitas das vezes é vendida em bruto, enquanto Moçambique tem a capacidade para processar.

Mas a questão é, vamos continuar a ser um país de exportação de matéria-prima? Ou vamos transformar Moçambique num país de exportação de produto finalizado? Existem vários programas, tais são os casos do PRONAE e do SUSTENTA, mas é importante que tenham uma componente tecnológica que desenvolva a capacidade para fazer um produto final. Estamos numa época crucial, em que temos a capacidade de virar esta tendência, temos o advento na área do gás, por exemplo, onde há um certo retorno que possa permitir que o país crie serviços de mais-valia.

Disse que estamos num momento crucial. Neste caso, quais são os riscos deste momento resultar em fracasso e quais são as forças que Moçambique tem para ascender a um futuro melhor?

O grande risco é se mantivermos a cultura de individualismo. Não posso ficar contente pelo facto de me tornar muito rico enquanto os meus vizinhos e a comunidade no geral não conseguem ter sucesso. Todos nós devemos ter orgulho de ajudar o próximo para que o seu investimento seja multiplicado. Existem muitas nações com matéria-prima valiosa que não são desenvolvidas. Existem mais nações com matéria-prima valiosa não desenvolvidas, do que nações sem matéria-prima nenhuma e desenvolvidas. O desenvolvimento do sector dos serviços, para trazer mais-valia, é crucial, porque o Governo, a sociedade civil e o sector privado devem abraçar a tecnologia para reduzir o vazio que temos em relação ao desenvolvimento.

É um grande risco também a dar, porque quando um país é rico em matéria-prima, nem todos querem vê-lo a desenvolver. Então, é importante que sejamos mais astutos, tanto na vigilância quanto na capacitação, no trabalho e como país, porque, na verdade, a melhor forma de ter um país não governável é dividi-lo; entrar num conflito interno de modo a que não haja uma governação efectiva, e não haja desenvolvimento. É importante que haja trabalho, unidade e vigilância para juntos lutarmos pelo desenvolvimento de Moçambique.

 No espaço electrónico, há muitos riscos associados sobretudo à segurança cibernética, porque um dos princípios das transações electrónicas são os vestígios. Como é que Moçambique deve lidar com esta transição de um sistema tradicional para um electrónico, tendo em conta estas questões todas? Recentemente, vimos instituições importantes do Estado a serem atacadas por malfeitores cibernéticos. Como é que o país deve abordar a questão da segurança cibernética, de tal maneira que a transição seja feita de forma segura e que traga confiabilidade aos cidadãos?

Esta é uma área muito importante. Tal como disse, os dados eram como ouro há vários séculos. Se olharmos para as empresas mais ricas, pelo menos três delas, a única coisa que vendem são dados, incluindo facebook, twitter, Google. A contenção de dados é muito importante.

Eu trabalho com vários países em que há uma parceria de troca de informações e segurança cibernética, e é importante que Moçambique trilhe e dê a responsabilidade a uma instituição pela segurança cibernética nacional. Quase todos os países que conheço têm uma entidade responsável pela segurança cibernética. Uma entidade que está em constante alerta, a vigiar as actividades malfeitoras cibernéticas para que se possa precaver e preparar para certos ataques. Deve-se, também, criar capacidade para que esta instituição seja efectiva, criar parcerias com as Nações Unidas e outras entidades, para trazer esta segurança.

Muitos países estão a criar, neste momento, uma unidade designada “Unidade de Informação do Passageiro” para fazer a verificação em duas áreas, do ponto de turismo, uma das quais é a movimentação de capitais para financiamento terrorismo e a outra é a movimentação de pessoas associadas ao terrorismo. Esta é uma iniciativa que visa lutar contra o terrorismo e os países desenvolvidos, alguns da Europa e outros de África, já estão a criar e a usar os dados em parceria, de modo a que caso exista um terrorista identificado, na Noruega, por exemplo, Moçambique tenha um alerta se este estiver a viajar para o país. Moçambique tem que começar a investir para poder ter a capacidade de lutar contra o uso da tecnologia para fins maliciosos.

Acha que o investimento a ser feito para a segurança cibernética deve ser incluído na defesa do Estado ou deve-se criar um departamento específico para a segurança cibernética?

Os outros países têm uma entidade específica para a segurança cibernética, porque a parte da defesa é, geralmente, de contrainteligência. Então, a segurança cibernética tem que abranger muito além da área da defesa. Esta é uma entidade responsável pela resposta de emergência na área de informática, de modo a que possa defender o país dos ataques cibernéticos e alertar a sociedade sobre possíveis ataques.

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