O Banco Mundial vai disponibilizar USD 100 milhões para apoiar o Governo moçambicano no plano de reconstrução de Cabo Delgado, província afectada pelos ataques terroristas.
“Com as áreas reconquistadas recentemente, nós percebemos que há muita gente que quer voltar para as suas zonas de origem. Mas não podem sem que as condições básicas tenham sido criadas. Como resultado, temos um valor adicional de 100 milhões de dólares para o apoio”, disse Idah Pswarayi-Riddihough, directora do Banco Mundial para Moçambique.
Idah Pswarayi-Riddihough após um encontro entre o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, e chefes de missões diplomáticas, que visava debater o Plano de Reconstrução de Cabo Delgado.
Segundo Idah Pswarayi-Riddihough, o novo apoio do Banco Mundial junta-se a uma primeira doação (também no montante de 100 milhões de dólares), anunciada em Abril e que foi destinada à Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN), que está a promover projectos sociais e económicos para inclusão da juventude em toda a zona norte de Moçambique.
Na nova doação, cujo desembolso está previsto para Janeiro, o Banco Mundial quer que o dinheiro seja investido nas zonas reconquistadas, no Norte da província, o apoio psicossocial, a reconstrução de edifícios públicos e restauração dos serviços básicos estão entre as prioridades.
“A ideia é dar às pessoas afetadas um lugar digno para viverem, depois dos traumas que sofreram”, declarou Pswarayi-Riddihough, citada pela Lusa.
O Plano de Reconstrução de Cabo Delgado, aprovado em Setembro, está orçado em 300 milhões de dólares, dos quais quase 200 milhões são destinados à implementação de acções de curto prazo, que incluem a reposição da administração pública, unidades sanitárias, escolas, energia, abastecimento de água, entre outros aspectos.
De acordo com a vice-ministra da Indústria e Comércio, Ludovina Bernardo, a prioridade do executivo é garantir um retorno gradual e seguro da população às zonas reconquistadas, ao mesmo tempo que são criadas as condições básicas.
“Nós queremos fazer intervenções no terreno, mas salvaguardando a segurança. As nossas forças estão no terreno e, logo que estas assegurarem que o retorno das famílias às zonas de origem é possível, o processo vai começar”, declarou a vice-ministra, apontando, a título de exemplo, o regresso das populações de Palma, que já começou.
Também a representante residente da Nações Unidas em Moçambique, Myrta Kaulard, garantiu que a organização vai continuar a apoiar o Governo moçambicano no processo, destacando a importância das “intervenções clássicas” da entidade em casos de crises humanitárias.