O Banco de Moçambique voltou a emitir títulos da dívida pública. Com o efeito, o crédito às famílias e sector privado permanecerá mais caro e limitado. A medida vai aumentar o já insustentável serviço da dívida pública.
Uma medida bastante criticada pelos economistas, mas a tesouraria nacional insiste em aplicá-la para financiar o défice das contas públicas, num contexto em que os doadores externos congelaram os fundos para o Orçamento do Estado (OE).
O Banco de Moçambique (BM) irá efectuar a colocação de Bilhetes do Tesouro (BT,s) do tipo B em leilão. Trata-se de títulos da dívida pública a curto prazo, em que o Estado recorre para se financiar.
O leilão, segundo o Banco Central, é dirigido às chamadas instituições financeiras não monetárias, nomeadamente, sociedades financeiras de corretagem, sociedades corretoras, sociedades gestoras de fundos de pensões, sociedades gestoras de fundos de investimento e empresas seguradoras.
Caso para dizer que nada tem valido os constantes apelos de analistas económicos, que defendem o abandono desta prática, atendendo a actual situação de insustentabilidade económica que o país atravessa.
Basta lembrar, que o Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE) advertira em 2016, o Executivo ao não efectuar emissão Bilhetes de Tesouro, porque ao fazê-lo, limita a possibilidade de redução das taxas de juro, encarece o custo para as empresas e as famílias que já tem créditos com a banca e as tendências especulativas do sistema financeiro aumentam.
Para o IESE, ao emitir BT,s, que em Moçambique são comprados pelos bancos comerciais, o Governo absorve os recursos do sector financeiro que poderiam ser usados para financiar as pequenas e médias empresas.