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Banco de Moçambique prevê aumento de preços no próximo ano

Foto: O Pais

O custo de vida poderá aumentar no próximo ano. O Banco de Moçambique prevê o aumento dos preços de bens e serviços em 2021 com o fim das medidas de contenção decretadas pelo Governo devido à COVID-19, refere uma nota do Comité de Política Monetária do banco.
Os preços de bens e serviços aumentaram de 2,75% em Agosto para 2,98% em Setembro e a tendência de subida poderá continuar no próximo ano, segundo o regulador do sistema financeiro nacional, Banco de Moçambique.
“Para 2021, perspectiva-se um incremento de preços domésticos devido ao término da vigência das medidas de contenção de preços decretadas pelo Governo para além dos efeitos dos choques de oferta. Ainda assim, em face da fraca procura por bens e serviços, prevê-se que a inflação permaneça na banda de um dígito”, indica o comunicado de imprensa.
Devido ao agravamento dos riscos e das incertezas na economia nacional, o Banco de Moçambique decidiu manter a taxa de juro de referência em 10,25%. Igualmente, manteve as taxas da Facilidade Permanente de Depósito e da Facilidade Permanente de Cedência em 7,25% e 13,25%, respectivamente e manter os coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional (11,50%) e estrangeira (34,50%).
“A nível doméstico, aumentaram as preocupações relativas à propagação da pandemia e o seu impacto na economia, os efeitos da intensificação da instabilidade militar nas zonas centro e norte, bem como a probabilidade de ocorrência de choques climáticos”, alerta o Banco de Moçambique na sua nota de imprensa divulgada esta quarta-feira.
Face ao cenário e para responder as despesas crescentes da pandemia do novo Coronavírus e da instabilidade militar nas zonas norte e centro do país, o banco central prevê que o Governo aumente o seu endividamento dentro do país.
“Perspectiva-se um crescente recurso ao financiamento interno do défice, tendo em conta que os parceiros de cooperação também se debatem com problemas internos impostos pela pandemia”, prevê o regulador do sistema financeiro.
Desde Agosto, a dívida pública interna, excluindo contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, aumentou de 162.424 milhões para 174.638 milhões de meticais.
Já a actividade económica, depois da contracção este ano devido à COVID-19, poderá registar uma retoma lenta em 2021, como resultado dos investimentos no gás natural da Bacia do Rovuma, prevê o Banco de Moçambique.

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