O excesso de dinheiro no sistema bancário nacional constitui um risco para o agravamento do custo de vida no país, considera o Banco de Moçambique. Por isso, no seu Comité de Política Monetária (CPMO), o banco aumentou, hoje, os coeficientes de Reservas Obrigatórias, ou seja, aumentou a taxa de depósitos que as instituições financeiras devem fazer por obrigação no Banco de Moçambique em jeito de reservas.
“O CPMO decidiu aumentar os coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional de 28,0% para 39,0%, e em moeda estrangeira de 28,5% para 39,5%, visando absorver a liquidez excessiva no sistema bancário, com potencial de gerar uma pressão inflacionária”, disse Rogério Zandamela.
Entretanto, para os próximos anos prevê uma inflação inferior a 10%, referiu o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela.
O Banco de Moçambique lembra ainda ao Governo que a despesa pública está muito alta, comparativamente às receitas arrecadadas pelo Estado, o que também constitui um elevado risco para a economia nacional.
“A nível interno, destaca-se a manutenção da pressão sobre a despesa pública, num contexto de fraca arrecadação de receitas, e as incertezas quanto à evolução do preço de bens administrados, sobretudo dos combustíveis líquidos. Na envolvente externa, realçam-se as incertezas quanto aos efeitos do prolongamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, sobre a dinâmica dos preços das mercadorias, bem assim a volatilidade dos mercados financeiros”, disse Zandamela.
O Banco de Moçambique lembra ainda ao Governo que a despesa pública está muito alta, o que também constitui um elevado risco para a economia nacional.
“O endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 302,8 mil milhões de Meticais, o que representa um aumento de 27,7 mil milhões em relação a Dezembro de 2022”, refere o Banco de Moçambique em comunicado.
Em relação à actividade económica, o banco central refere que, no primeiro trimestre deste ano, a economia nacional cresceu em 4,2%, principalmente devido ao bom desempenho da indústria extractiva. E para este e o próximo ano, sem contar com os projectos de gás natural, o banco central antevê um crescimento económico moderado.