Duas semanas depois dos jogadores do Baía de Pemba terem ameaçado parar com os trabalhos devido a atrasos salariais, que denunciavam serem de três meses, o presidente da colectividade veio a terreiro desmentir a duração da dívida. São, na verdade, dois e não três os meses devidos pela direcção do Baía de Pemba aos jogadores da colectividade, referentes a presente época futebolística.
De acordo com Satar Abdul Gani, os jogadores equivocaram-se em afirmar que eram três meses e explica os motivos: “Ouve um equívoco na aparição dos atletas. Primeiro porque disseram que são três meses de atrasos salariais, quando na verdade são dois meses, tendo em conta que os contratos, de todos, jogadores e equipa técnica, data de 01 de Fevereiro, e isso faz com que seja apenas dois meses sem salários”, esclarece Satar Abdul Gani.
Satar diz que não queria tirar o assunto para fora de portas, tendo em conta a privacidade que se exige para uma colectividade que tem compromissos com jogadores e parceiros, assume as responsabilidades e diz mesmo que o clube teve que fazer muitos gastos para garantir uma participação condigna no Moçambola 2019.
“Nós passamos por certos desafios por sermos uma equipa nova nesta competição do Moçambola e nos desafiamos por levar alguns recursos financeiros que já tínhamos para fazer a manutenção do campo, nas inscrições dos atletas na Federação Moçambicana de Futebol, tendo em conta que muitos dos jogadores que temos foram inscritos por via de transferência e o valor não tão pequeno e temos agora o processo de licenciamento de clube para a nossa participação no Moçambola”, disse o timoneiro do representante do Baía de Pemba para deixar claro aquilo que considerou de “grandes motivos de preocupação” para garantir a presença do clube na prova máxima do futebol moçambicano. Aliás, outras das despesas, segundo Satar, foi para a questão do equipamento e todo material desportivo do clube.
Satar garantiu ainda que os salários em atraso já começaram a ser pagos aos jogadores, depois de uma negociação feita, faltando a última parte que será feita nos próximos dias. A parte que já foi paga é referente a um dos dois meses em atraso. “Neste momento já conseguimos colmatar os salários com os nossos atletas para um mês e queria deixar bem claro que não passou, necessariamente de um equívoco apresentado pelos nossos atletas”, assegurou.
Relativamente ao patrocínio que o clube clama, o presidente do representante de Cabo Delgado garante que já existem e foi graças ao governador da província que conseguiram os apoios. “Já temos patrocinadores identificados e neste momento o processo está a avançar. Para termos esses patrocinadores foi graças ao nosso governo local, na pessoa de sua Excelência Governador e queríamos deixar que fosse o próprio governador a dar o seu parecer perante a comunicação social, que também está preocupado com a questão do Baia de Pemba”, concluiu.
A Montepuez Ruby Mining é o principal parceiro do Baía de Pemba e numa primeira fase poderá avançar com apoio de 100 mil dólares americanos. Nos próximos dias as duas instituições vão rubricar memorando de entendimento de patrocínio que garante que a mineradora vai prestar seu apoio a colectividade que representa a província de Cabo Delgado.
Baía de Pemba termina pré-época defrontando Atlético de Montepuez
No que diz respeito a equipa, que se estreia no Moçambola 2019 diante do Costa do Sol, claro candidato ao título, está na fase conclusiva da sua preparação para a jornada inaugural. Depois de ter feito a apresentação do seu plantel no passado domingo, onde defrontou e derrotou o Ferroviário de Pemba (que também fazia a apresentação do seu plantel para a segunda divisão) por duas bolas sem resposta, a equipa que vai ser treinada por Minate Chabane, terá uma última partida antes do arranque do Moçambola próximo final de semana, quando defrontar o Atlético de Montepuez, em jogo de relaxamento. Satar Abdul Gani diz estar satisfeito com o plantel que tem e que garante bons resultados convista a manutenção na prova máxima do futebol moçambicano.
Depois da estreia com os “canarinhos”, o Baía vai a Nacala defrontar o Desportivo local, devendo voltar a encontrar outro colosso e candidato ao título, ou seja, a revalidação do título, a União Desportiva de Songo. Na quarta jornada o representante de Cabo Delgado terá a sua grande saída quando for a Chibuto defrontar os “guerreiros”.
Recorde-se que o principal objectivo desta colectividade é fugir das últimas cinco posições que dão direito a despromoção a segunda divisão, na próxima temporada, segundo aprovado na última assembleia geral extraordinária da Liga Moçambicana de Futebol.