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Ataques terroristas comprometem planos de municípios sob gestão da Frelimo em Cabo Delgado

Foto: DW

Edis de cinco municípios da província de Cabo Delgado, sob gestão do partido no poder, dizem que não poderão não cumprir os planos previstos para o presente mandato, devido à insurgência naquele ponto do país.

Os ataques terroristas, que sacodem a província de Cabo Delgado desde Outubro de 2017, provocaram mais de dois mil mortos, deslocados e destruição de infra-estruturas sociais e económicas público-privadas.

A insurgência afecta directa e indirectamente os planos de desenvolvimento definidos pelas autarquias, dada a fuga do seu pessoal e debandada das populações que, normalmente, procuram por abrigos seguros.

A situação é considerada grave em Mocímboa da Praia, onde ocorreu o primeiro ataque dos insurgentes há cinco anos. A vila, tomada por terroristas em Agosto de 2020 até que o exército moçambicano pusesse fim à situação quase um ano depois, está destruída e o presidente da autarquia passou quase todo o mandato fora da vila. Cerca de 62 mil pessoas abandonaram a vila costeira devido à violência armada.

“Eu tive muitas realizações, tal como a construção de estradas e alguns trabalhos que deviam ter um grande impacto na governação. Infelizmente, aconteceu o que aconteceu. O terrorismo forçou-me a abandonar a vila. Tínhamos um plano por cumprir, mas tal pode não ser cumprido por conta dos ataques”, explicou Carlos Momba, edil da Mocímboa da Praia, situado a 70 quilómetros a sul da área de construção do projecto de exploração de gás natural, em Afungi, Palma.

Ideia não diferente foi partilhada por Manuel Alavalane, presidente do Conselho Municipal de Mueda, que lamenta a situação que se vive em Cabo Delgado e que precipitou a saída de vários agentes económicos.

“Alguns empreiteiros fugiram. Os bancos fecharam e os comerciantes abandonaram Mueda. As bombas de combustível fecharam”, lamentou Manuel Alavalave, edil de Mueda.

Para o edil de Montepuez, Ecílio Chabane, os ataques terroristas trouxeram retrocesso no processo de desenvolvimento da autarquia.

“O nosso plano era construir cinco salas de aula por ano. Hoje, estamos a precisar do triplo. Temos um trabalho de limpeza de resíduos sólidos diariamente, mas hoje precisamos também de reforçar este trabalho”, notou o edil de Montepuez.

O possível incumprimento das promessas e dos planos de governação autárquica em Cabo Delgado foi anunciado durante a reunião de avaliação do desempenho dos municípios governados pela Frelimo ao nível da província.

Pemba, Montepuez, Mueda e Mocímboa da Praia são os quatro dos cinco Municípios de Cabo Delgado governados pela Frelimo.

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