Trata-se de moradores de Kumbeza, no distrito de Marracuene, na província de Maputo que estão agastados com assaltos de que são vítimas de forma recorrente naquele bairro. Os populares alegam que se trata de reclusos que a calada da noite são soltos, uma vez que os mesmos fazem-se transportar numa viatura pertencente aos serviços penitenciários.
O medo é tanto que alguns dos moradores pedem para não serem identificados por temer represálias. De forma recorrente, as suas residências são invadidas por homens munidos de vários instrumentos à calada da noite.
“Já não dormimos à vontade neste bairro, as nossas vidas estão entregues à própria sorte”, desabafou um dos residentes.
“Até em casas com cerca eléctrica os gatunos conseguem penetrar sem dó e nem piedade”, acrescentou um outro morador.
Neste sábado, um total de dez residências foram invadidas pelos amigos do alheio. Uma das vítimas conta que um grupo composto por oito homens terá invadido a sua casa por volta das três horas da madrugada, saqueando quase tudo.
“Foi um momento de terror, os meliantes introduziram-se repentinamente na minha casa e na tentativa de fugir acabei contraindo ferimentos”, relatou.
Entre os bens levados destaque vai para um laptop, celulares, um televisor entre outros materiais.
Mas este não foi o único caso naquela madrugada, mais outras dez casas foram vítimas da acção dos malfeitores.
“Eles tentaram sem sucesso retirar os bens de dentro da minha casa, mas quando desliguei o disjuntor que permitiu o fornecimento de energia eléctrica, estes colocaram-se em fuga”, frisou.
Os moradores dizem que os meliantes faziam-se transportar numa viatura pertencente aos serviços penitenciários e não tem dúvidas que se trata de reclusos que são soltos à calada da noite.
“Os indivíduos estavam numa viatura de matrícula AEL 645 MC pertencente aos serviços penitenciários, entretanto quando demos indicações para nos acudirem colocaram-se em fuga”, contou.
“Não se explica que algumas pessoas estejam a usar os meios do Estado para aterrorizar a nossa vida, isso é condenável”, declarou.
Para os moradores não se explica que a mesma polícia que os devia proteger esteja a saquear os seus bens.
Entretanto, o Comando Provincial da PRM na Matola refere que está a investigar detalhadamente o caso e que um dos sete indivíduos pertencentes à quadrilha está neste momento hospitalizado. Presume-se que o meliante tenha sido baleado pelos seus comparsas por engano quando tentativa ameaçar uma das vítimas.
A polícia prometeu prestar declarações oportunamente.
Alguns residentes viram-se obrigados a abandonar as suas residências. Tal é o caso de Fenias Matevula, morou naquele bairro durante cinco anos, mas devido aos assaltos constantes não teve alternativa se não abandonar a casa.
“Por várias vezes o amigo do alheio visitou a minha casa para furtar, nalgumas vezes foi mesmo à luz do dia”, lamentou.
Diante dos assaltos, os moradores dizem estar a viver num mar de incertezas e o problema agrava-se ainda mais porque o bairro não possui iluminação pública. Os moradores pedem a intervenção das autoridades, a título de exemplo estes exigem o aumento do efectivo policial naquele bairro.