Sebastião Matsinhe, André Macie e Huwana Rubi defendem que a vida e obra de Malangatana deve ser promovida e divulgada. O “mestre de Matalana” morreu há 11 anos, em Portugal.
Malangatana perdeu a vida a 5 de Janeiro de 2011, em Matosinhos, Portugal. Lá vão precisamente 11 anos. Enquanto a saúde lhe permitiu, o “mestre de Matalana” pintou, escreveu, cantou, dançou e representou peças teatrais, o que lhe valeu o título de artista multifacetado.
Malangatana morreu, no entanto, a sua obra perdura. Por isso mesmo, o artista plástico Sebastião Matsinhe considera que é crucial a promoção das obras e do legado que Malangatana deixou para as actuais e próximas gerações. “Temos de preserver o legado dele”. Começou por dizer Matsinhe. Para o efeito, acrescentou o artista, esta quarta-feira, na Cidade de Maputo, “podemos criar festivais em seu nome e incentivos como bibliotecas e galerias onde se pode falar mais dele”.
E porque é de pequeno que se torce o pepino, Sebastião Matsinhe entende ainda ser prioritário a introdução e, consequentemente, divulgação do historial de vida de Malangatana, de modo que os profissionais de amanhã, sejam de que área forem, possam crescer em contacto com os trabalhos do “mestre de Matalana”. Quem também concorda com esta ideia é o Presidente do Núcleo de Arte, instituição que, desde o período colonial, foi importante para a evolução de Malangatana como artista e como homem. “Ele é uma referência para nós. Hoje, muitos de nós, artistas, continuamos a seguir as pegadas de Malangatana. Ele abriu-nos os horizontes para o exterior e mostrou-nos que é possível um artista viver exclusivamente do seu trabalho”, afirmou André Macie, para quem a valorização da obra de Malangatana poderá ser consistente quando o país aprovar o estatuto do artista. Neste momento, o estatuto do artista é uma das grandes apostas do Ministério da Cultura e Turismo.
Ainda esta quarta-feira, a partir de Vilanculos, Província de Inhambane, a artista plástica Huwana Rubi confessou: “Continuamos, nós, artistas de outras gerações, de certa forma, a inspirarmo-nos naquilo que é a linhagem de Malangatana e naquilo que são os seus conceitos e trabalhos pictóricos”.
Entre os artistas moçambicanos, a obra de Malangatana é das mais populares internacionalmente. No entanto, tal popularidade, para Sebastião Matsinhe, André Macie e Huwana Rubi de nada valerá se a vida e obra não for partilhada continuamente com os mais novos e com todos aqueles que são potenciais apreciadores de artes plásticas moçambicanas.
Malangatana Valente Ngoenha nasceu a 6 de Junho de 1936, na Província de Maputo. O artista plástico perdeu a vida há precisamente 11 anos, vítima de doença.