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Arranca amanhã proibição de pesca de Camarão e Caranguejo

Foto: O país

Arranca, esta terça-feira, o período de veda de pesca do camarão de superfície e do caranguejo do mangal nas províncias costeiras do país. Os vendedores dos mariscos prevêem dias difíceis e agravamento dos preços.

Está interdita, a partir desta terça-feira, a captura do camarão de superfície e do caranguejo do mangal na costa moçambicana.

Trata-se de uma medida do Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas (MIMAIP), que vai abranger todas as províncias costeiras, com mais enfoque nas zonas da foz do rio Limpopo, Inhambane, Sofala e Baía de Maputo, com vista a garantir a reprodução das espécies e a reposição do stock para a próxima campanha de pescas.

No bairro dos Pescadores, Henriques Alfredo terminava mais um dia de pesca. Em exercício há mais de vinte anos, o pescador disse reconhecer os benefícios do período de veda, mas afirmou que os meses estabelecidos são prejudiciais ao negócio.

“É um período que poderá trazer benefícios a longo prazo para os trabalhadores. Poderei ter alguns prejuízos, mas não vou praticar artes nocivas. Vou afugentar-me na pesca para continuar a sustentar a minha família”, disse o pescador.

O caranguejo só poderá voltar a ser pescado a partir de Janeiro de 2023 e o Camarão em meados de Março.

Os vendedores dos mariscos, no mercado informal do bairro dos Pescadores, dizem não ter stock do produto.

“Nós não temos a possibilidade de conservar o camarão nem o caranguejo. Nós compramos marisco na praia e vendemos de imediato. Então, nos próximos dias, haverá escassez desses produtos”, explicou Martinha Djive.

As vendedeiras do mercado afirmam que pode haver, nos próximos dias, agravamento dos preços.

“Para o próximo mês, não teremos reservas e vamos vender camarão de fora. O quilo, que agora custa oitocentos Meticais, poderemos vendê-lo entre mil a mil e duzentos”, referiu Isabel Cipriano.

Com a proibição da captura do Caranguejo e do camarão a portas, prevêem-se dificuldades financeiras e as vendedeiras já começaram a pensar em vender produtos alternativos.

“Não negamos, mas achamos que cinco meses são muitos. Se pelo menos fossem três. Neste período, só posso meter-me na venda de outros produtos, como peixe, embora não seja a minha área”, justificou Martinha Djive.

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