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Apreendidas 38 toneladas de pescado em período de veda 

Foto: O País

Os pescadores artesanais estão a desafiar as autoridades marítimas na província da Zambézia, pautando pela pesca ilegal de camarão neste período de veda, que se iniciou a 15 de Novembro do ano 2023 e vai até 14 de Março do ano em curso. As autoridades marítimas estão no terreno a fiscalizar a actividade  pesqueira.

No rio Bons Sinais, um dos braços do oceano Índico, é possível notar pescadores que pautam pelo uso de artes nocivas em pleno período de veda, uma situação que destrói o ecossistema marinho, pois as artes utilizadas arrastam um pouco de tudo. As artes são montadas em jeito de balizamento, onde os pescadores amarram nas margens do rio cabos de aço que suportam o peso das artes, criando embaraço até para a própria navegação. 

“É por isso que estamos nestas águas, para desencorajar a captura. Neste momento, apreendemos, no global, 38 toneladas de pescado, dentre as quais pouco mais de duas toneladas são de camarão. Isso nos preocupa, porque sabemos que, enquanto autoridade, fazemos de tudo para proteger o camarão para o seu crescimento para posterior, porque o seu valor é maior quando está crescido”, disse Augusto Dongo, administrador marítimo da Zambézia. 

As artes designadas “chicocotas” são extremamente nocivas, porquanto os pescadores utilizam redes mosquiteiras. Quando a maré baixa, os pescadores mudam a posição das artes para a posição por onde passa a corrente de água, favorecendo assim a captura das espécies. No processo de remoção de cabos de aço em vários locais pelos fiscais da autoridade marítima, foi possível remover as artes. 

Foram encontradas quantidades de camarão jovem e em crescimento. Caso esteja ainda vivo, os fiscais da autoridade marítima fazem questão de devolver para o seu habitat, nas respectivas águas. 

“É sensível e delicado, mas não temos outra alternativa senão prosseguir na retirada das artes nocivas tal como o Chicocota que eles amarram em jeito de baliza. É um grupo enorme de pescadores que utilizam as artes nocivas, a nossa luta tem sido de desencorajar, está a ser difícil mas vamos chegar lá e, por isso, pedimos outras autoridades para nos ajudar neste combate”, disse  o administrador marítimo. 

Quando ocorre a fiscalização, vê-se nas margens pescadores furiosos, por isso este processo é feito com a presença da polícia lacustre fluvial. 

Alguns pescadores interpelados pelo nosso jornal reconhecem que é período de veda e, por isso, não devem pescar camarão. Outros, mesmo com consciência, dizem não ter alternativa para sobrevivência. 

“Estou a pescar sim, mais estou só a tirar peixe malola e outros porque a minha rede concebi assim uma vez que estamos proibidos de pescar camarão”, afirmou  Bendito Baptista. 

Já Bonito Saide, outro pescador que utiliza rede arrasto, fez saber que não tem outra alternativa para sustentar a família senão com a actividade pesqueira. Bonito tem uma arte extremamente nociva e proibida pelas autoridades. “Tenho conhecimento de que é proibido,  mas sabe que estamos a enfrentar várias crises como pandemias, guerras, veda entre muitas outras coisas que o país enfrenta” disse, vendo a sua rede removida pelas autoridades marítimas. 

Pelo desacato que está a ser cometido neste período de veda, cada um dos pescadores incorre a uma pena de prisão que varia de 2 a 8 anos. Depois de capturado todo o material utilizado na pesca ilegal, segue-se o processo de incineração. 

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