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Apreendidas 22 toneladas de pescado em período de veda na Zambézia

Foto: Jorge Marcos

As autoridades da província da Zambézia dizem que vai continuar a apertar o cerco, para evitar situações de saque de pescado de forma ilegal. Só este mês de Janeiro, período de veda, as autoridades de pesca da Zambézia apreenderam 42 toneladas de pescado diverso.

A captura do pescado, que estava a ser transportado em duas camionetas, é proibida porquanto vigora o período de veda. O período de veda foi decretado pelo Governo desde o dia 01 de Novembro do ano passado e vai até 14 de Março próximo. Ao fim do período, o Governo vai levantar a interdição da pesca. A medida visa proteger as espécies marinhas, para que não se observe a  sua extinção, já que é neste período em que as espécies efectuam reprodução e respectivo crescimento.

Sucede que as espécies entram nas zonas de mangais, fazem a reprodução e, mais tarde, os juvenis crescem e vão para o alto-mar, permitindo, assim, o ciclo contínuo de espécies. Com as desobediências de alguns pescadores face à medida imposta, as autoridades da Zambézia reforçaram a fiscalização, com destaque para a zona do vale do Zambeze, onde se pratica a pesca artesanal, usando rede de arrasto para praia, retirando a mais pequena possível espécie de camarão e outros crustáceos na fase de crescimento.

Na madrugada desta quarta-feira, no distrito de Mopeia, idos do distrito de Chinde, local de proveniência da mercadoria, foram apreendidas 22 toneladas de pescado diverso. Uma das cargas com 17 toneladas seguia à província de Nampula e a outra de cinco toneladas tinha como destino o distrito de Morrumbala.

“Há dois aspectos importantes a serem observados: o primeiro é a multa que será imputada para cada uma das camionetas de seis salários mínimos, o equivalente a pouco mais de 52 mil Meticais; e o segundo é o pescado apreendido que será vendido em hasta pública. Numa avaliação anterior, os valores chegam a um milhão e meio de Meticais, correspondentes às duas cargas”, disse Augusto Dongo, representante do Instituto Nacional da Marinha (INAMAR).

Um dos proprietários da mercadoria reconhece que o país está em período de veda, mas alega falta de oportunidades de negócio para ganhar dinheiro como a causa da ilegalidade. “Nós sabemos que estamos em período de veda, mas estamos mal, sem nada para fazer para ganhar a vida. Esta é a razão que nos fez ir até a Chinde comprar este peixe para sustentar as nossas famílias, mas infelizmente fomos encontrados nesta situação”, lamentou Finiasse Banque.

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