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Apoio militar da UE no combate ao terrorismo em Cabo Delgado fora de questão

A União Europeia (UE) garante que já desembolsou 15 milhões de euros, este ano, para apoiar no combate ao terrorismo de Cabo Delgado, mas salienta que da sua parte não virá auxílio militar.

A 16 de Setembro passado, o Governo moçambicano à EU remeteu um pedido de apoio logístico e treino especializado para as Forças de Defesa Segurança (FDS) no sentido de combater o terrorismo em Cabo Delgado, tendo a organização europeia respondido positivamente.

“Apoio militar não está na agenda [da UE]. Nós vamos apenas reforçar as capacidades de Moçambique para que sejam as próprias forças de segurança deste país capazes de acabar com a insurgência”, explicou o embaixador UE, Antonio SánchezBenedito Gaspar.

Segundo o embaixador, a união económica e política de 27 estados-membros, já está a assistir os deslocados vítimas da violência armada em Cabo Delgado. Segundo dados oficiais, o terrorismo na província empurrou mais de 500 mil pessoas for fora das suas comunidades e neste momento estão refugiadas em Nampula, Zambézia, Niassa, Sofala, entre pontos do país.

O diplomata disse ainda que apoio da EU contempla assistência humanitária e o reforço dos serviços básicos à população que se ressente dos efeitos nefastos do terrorismo.

“Precisamos, também, olhar para o futuro e, naturalmente, se a situação humanitária não melhorar, o desenvolvimento do futuro não será possível país, enquanto não houver segurança e não houver estabilidade”, considerou o embaixador.

Na semana passada, a UE reuniu com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, na cidade de Lichinga, no Niassa. A situação política, económica e social de Moçambique, a cooperação bilateral, os assuntos regionais e internacionais de interesse mútuo e o terrorismo em Cabo Delgado fazem parte dos assuntos colocados à mesa para debate.

Segundo Antonio SánchezBenedito Gaspar, o problema de Cabo Delgado preocupa a todos.

O embaixador falava no âmbito de uma visita à UniMaputo, onde que foi apresentado o projecto Consórcio Pan-africano de Mestrado em Interpretação e Tradução.

Sobre o assunto, o diplomata disse: “para o futuro precisamos reforçar a nossa parceria” e torná-la “mais ambiciosa. Temos que apostar também na formação dos formadores e trabalhar para alargar as oportunidades”.

Por seu turno, o reitor da UniMaputo, Jorge Ferrão, disse que há grandes avanços na formação de quadros para trabalhar como tradutores e intérpretes qualificados, que possam formar alunos no país e fora.

“Já avançámos muito e esperamos que a partir desta visita [o embaixador da UE] possamos encontrar formas de incrementar esta cooperação e, sobretudo, que possamos corporizar um dos poucos cursos dados em Moçambique, que é de tradução e interpretação”, concluiu Jorge Ferrão.

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