O Secretário-geral (SG) da ONU manifestou apoio incondicional da organização às acções de reconstrução pós-ciclones no país. Para António Guterres, Moçambique está neste momento, na linha da frente das atenções da organização.
De uma forma clara e directa, Guterres salientou que Moçambique tem toda a legitimidade moral de reclamar a atenção do mundo, neste momento de aflição.
“Moçambique tem aqui uma autoridade moral inegável porque é hoje claro que se repetem, cada vez com maior intensidade e com maior devastação, tem muito a ver com as alterações climáticas, onde Moçambique, praticamente não contribui para o aquecimento global, mas está na primeira linha das vítimas desse mesmo aquecimento global” explicou Guterres, deixando uma certeza: “Isso dá-lhe o direito de exigir da comunidade internacional, uma forte uma forte solidariedade e um forte apoio, quer na resposta aos dramas criados pelas tempestades que assolam o país, quer na reconstrução e preparação do país para as situações futuras”.
Para além da solidariedade, Guterres prometeu continuar a ser um activista pela causa da reconstrução pós-ciclones, em particular, de modo persuadir para que os apoios prometidos, sejam disponibilizados com celeridade.
“O apoio humanitário das Nações Unidas foi apenas de 282 milhões de dólares e esteve longe de ser inteiramente cumprido, na conferência de doadores o Estado moçambicano solicitou 3.2 milhões de dólares e foram prometidos 1,2 milhões de dólares, e é evidente que vai ser preciso mais apoio e mais ajuda da comunidade internacional a Moçambique para poder responder efectivamente. Não apenas mais apoio, mas a concretização rápida dos apoios prometidos” disse o SG da ONU.
Amanhã, último dia da visita ao país, António Guterres vai a cidade da Beira, para uma visita às zonas afectadas pelo ciclone Idai.
Filipe Nyusi manifesta gratidão nacional
O presidente da República, Filipe Nyusi, manteve hoje um encontro oficial com o Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres. No encontro, o Chefe de Estado manifestou gratidão do país, por tudo o que a organização deu para socorrer e apoiar as vítimas dos ciclones Idai e Kenneth.
“Aproveitamos a presença do secretário geral para transmitir a gratidão dos moçambicanos” explicou Nyusi, durante a comunicação à imprensa, no final das conversações na Presidência da República.
Mas não foi só que gratidão que Filipe Nyusi falou. Passou em revista o ponto de situação do diálogo político com a Renamo, e as perspectivas sobre o processo da paz efectiva.
“Falei dos passos que estamos a dar no âmbito do DDR (Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração), o que está a acontecer, sempre na espectativa de que antes de Outubro, portanto, antes das eleições gerais, não haja partidos armados, onde todos nós possamos ir celebrar a festa da democracia, sem o receio e sem medo” explicou Filipe Nyusi.
E a passagem do Secretário Geral da ONU pela Presidência da República, terminou com uma manifestação de que Moçambique, está na linha da frente das atenções desta organização.