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Angolanos já votaram e aguardam resultados

A eleição do Presidente da República e dos deputados da Assembleia Nacional em Angola  iniciou-se às 07 horas de Luanda. São 14 milhões de eleitores, dos quais 25 mil votaram na diáspora pela primeira vez na história daquele país.

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) reportou, no seu primeiro balanço, que a votação decorreu sem incidentes, mas alguns eleitores denunciaram irregularidades, desde atrasos na abertura das mesas de voto, preenchimento de actas a lápis e não credenciação de delegados de lista na assembleia de voto n.º 1030, nos Mulenvos de Baixo, em Cacuaco.

Em algumas mesas, por exemplo, o processo teve um atraso de até 30 minutos, pelo menos na Assembleia de Voto localizada na Universidade Lusíada, local onde o Presidente angolano, João Lourenço, exerceu o seu direito cívico.

Para evitar manipulação de votos, alguns eleitores decidiram permanecer em locais de voto até à sua contagem.

Já que não há transparência nem segurança do meu voto, não posso sair daqui, pelo menos para inibir o que se pode fazer lá dentro. Esse é o motivo que nos faz ficar aqui”, justificou, aplaudido por outros eleitores que levantavam os três dedos em apoio ao número da UNITA no boletim de voto.

Por outro lado, vários angolanos expressaram a sua satisfação por terem exercido o seu direito cívico. 

“Estou feliz por tomar uma decisão para quem vai governar o país daqui a cinco anos e acredito que quem estiver no poder vai fazer o possível para contornar a situação do sofrimento dos angolanos”, disse João Domingos.

Clementina Vitorino, que votou em Sambizanga, bairro onde nasceu o ex-presidente José Eduardo dos Santos, elogiou a organização do processo eleitoral, que, segundo ela, está melhor.

“É A DEMOCRACIA QUE GANHA, É ANGOLA QUE GANHA”, DISSE JOÃO LOURENÇO

O presidente do MPLA, João Lourenço, que se recandidata ao segundo mandato como Presidente da República, exerceu, esta quarta-feira, o seu direito de voto, nas instalações da Universidade Lusíada de Angola, localizada no Distrito Urbano da Ingombota, em Luanda, na assembleia de voto n° 105 e mesa nº 5.

“Acabámos de exercer o nosso direito de voto, é rápido e é simples”, disse João Lourenço, exibindo o dedo indicador com tinta indelével e convidando os cidadãos eleitores a fazerem o mesmo.

No meio de uma enorme confusão de jornalistas que estiveram no momento em que João Lourenço estava a votar, o candidato do MPLA salientou que todos saem a ganhar.

“É a democracia que ganha, é Angola que ganha”, declarou.

“QUE OS VOTOS SEJAM TODOS CONTADOS”, APELOU ADALBERTO COSTA JÚNIOR

O candidato da União Nacional para a Independência de Angola (UNITA), Adalberto Costa Júnior, também votou às 08 horas num dos bairros periféricos de Luanda.

Adalberto Costa Júnior apelou para que todos os votos sejam devidamente contados, nas quintas eleições em que a UNITA, o principal partido da oposição, tenta destronar o partido no poder.

Costa Júnior, que diz ter sido deslocado para outro posto de voto, manifestou a sua satisfação porque “votei no meio do meu povo”, apesar de ter constatado que “a votação está a ser feita sem cadernos eleitorais aos fiscais, apenas um caderno eleitoral na mesa”.

“Ainda assim, eu faço um apelo a todos os angolanos: vamos todos ao voto. Hoje é um dia histórico, é um dia em que eu espero que todos votem em ambiente de absoluta tranquilidade e no respeito das leis”, apelou.

Costa Júnior exerceu o seu voto sob aplausos e gritos de entusiasmo de centenas de apoiantes, gritando “mudança”, “UNITA” e “Presidente”.

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