O ministro das Comunicações e Transformação Digital afirma que a digitalização dos serviços no país é irreversível. Américo Muchanga, que visitou os stands no ramo tecnológico na FACIM, assegura que as empresas nacionais estão preparadas para a nova realidade
A transformação digital de Moçambique está em exposição na sexagésima edição FACIM e várias empresas ligadas ao ramo tecnológico estão lá para trazer soluções. O ministro das Comunicações e Transformação Digital visitou todos os stands do pavilhão e, pelo que está exposto, concluiu que este é um caminho irreversível para o país.
“Basicamente, o que nós queremos nos próximos cinco anos é podermos servir o público cidadão nacional, as empresas nacionais, a partir do seu sítio. Ou seja, não precisarem se deslocar para onde o Estado está presente para poder ter acesso aos diversos serviços que o cidadão e as empresas procuram no seu dia-a-dia”, revelou o ministro das Comunicações e Transformação Digital, Américo Muchanga.
E um dos serviços que o cidadão procura no dia-a-dia é o transporte público, cujo problema foi minimizado com o táxi por aplicativo. “Hoje em dia, qualquer cidadão da Cidade de Maputo, Matola, Marquena ou Beira consegue solicitar uma viagem ou uma entrega em menos de 5 minutos. Portanto, isto é digitalização. Nós digitalizamos a indústria de táxi em Moçambique e assinamos um mural de entendimento com uma empresa que vai trazer chapelas e motos eléctricas para o mercado e que vai ajudar a reduzir os custos dos operadores”, referiu Momed Adam, director-geral da Yango em Moçambique.
Quem também tem muito mais a oferecer é a Huawei Moçambique, sobretudo para quem pensava que a empresa só lidava com celulares e outros dispositivos portáteis.
“Nós já trabalhamos com o governo moçambicano na construção do Centro de Dados Nacional em 2015. Assim mesmo, nós apoiamos as empresas de telecom que estão aqui, em Moçambique, a actualizar a rede de 3G para 4G. Fizemos o mesmo em 2022, actualizamos de 4G para 5G. Em 2023, nós apoiámos também no processo de lançamento do primeiro sistema de comunicação digital ferroviária junto com o CFM. Assim mesmo, lançámos a nova rede de telecom de electricidade. Neste ano, em 2025, trabalhamos com uma empresa de telecom para construir um centro de dados muito avançado”, mencionou, de forma detalhada, Miss Muthandika, representante da Huawei Moçambique.
Já a Raxio apresenta um centro de dados, não só avançado, mas também considerado o maior e o mais seguro a nível do país.
“O nosso data center tem capacidade, neste momento, para prestar serviços desde as pequenas às grandes empresas. Nós temos desde um quarto de rack às grandes racks de 54 usadas pelos grandes hyperscalers. O que nós trazemos aqui é uma abordagem para que todas as empresas que queiram guardar os seus dados de forma segura e em Moçambique possam nos contactar para que juntos consigamos encontrar uma forma de acomodá-los no nosso data center”, expôs Júlio Guivala, director comercial da Raxio Moçambique.
A BCX marca presença nesta edição da FACIM com soluções tecnológicas para os problemas actuais, que preocupam os cidadãos e as empresas. “Atacar alguns desafios que o mercado moçambicano está a enfrentar, por exemplo, o desafio de pagar ao exterior, nós podemos prover soluções locais que vão, de certa forma, reduzir esse sufoco de ter que procurar dólares para pagar aos provedores, por exemplo, serviços de cloud de fora de Moçambique. Queremos também resolver problemas, ou por outra, contribuir para a resolução de problemas como a inclusão financeira, provendo micro-bancos e micro-créditos com uma plataforma de banca como serviço”, referiu Emílio Jorge, director-geral da BCX.
Além do seu centro de processamento de dados, a Vodacom expõe na FACIM um outro serviço e está a conseguir uma boa rede de contactos. “Trouxemos um diferencial para este ano, que é a solução de SD-WAN. Estamos a dizer que hoje um dos maiores interesses que os clientes colocam é ter um único provedor para todas as soluções”, disse Íris Guimarães da Vodacom Business.
A FACIM 2025 decorre sob o lema: Promovendo a diversificação económica rumo ao desenvolvimento sustentável e competitivo de Moçambique”.