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Álvaro Taruma forma-se em edição de livros em Uganda

Autor de Matéria para um grito, um dos dois melhores livros publicados em Moçambique em 2018, irá formar-se em matérias ligadas ao mercado editorial na cidade de Entebbe, no Uganda.

 

Entre os dias 8 e 14 deste mês, Álvaro Taruma irá participar numa oficina de treinamento e mentoria em matérias de literatura, na cidade de Entebbe, no Uganda. Naquele país africano, o poeta terá a possibilidade de trocar experiências e aprofundar conhecimentos atinentes ao mercado editorial. Para o efeito, numa viagem patrocinada pela African Writer Trust, entidade que lida com 30 países em África, o poeta irá envolver-se em formações com autores e editores de Uganda, Malawi, Zâmbia e Zimbabwe.

Na formação que se avizinha, Álvaro Taruma será o único autor de língua portuguesa, e o que o atrai é a possibilidade de apreender conhecimentos que o ajudem no próximo desafio que definiu para si, o de passar a publicar os seus e os livros de outros escritores numa edição de autor. Esta decisão, segundo o poeta, surge depois de ter constado que o país tem muitos problemas editoriais. Então, através de workshops que irão abordar temas como “Aspectos legais na publicação do livro” ou “Os passos que devem ser tomados para publicação do livro na edição do autor”, Taruma espera poder inaugurar um novo ciclo na sua actividade literária. E explica: “Em Moçambique, o nosso mercado ainda é muito fraco. As editoras não têm retorno do seu investimento e nem pessoas para encaminhar os escritores. Por isso, correm o risco de fechar ao fim de algum tempo de funcionamento. Esta formação vem para me fornecer pilares que me ajudem a investir na auto-publicação”.

Ora, além da formação, o autor de Matéria para um grito pretende concorrer a um fundo no valor de 4 mil euros, destinado a iniciativas de criação literária individual ou em grupo. Se ganhar o concurso, o poeta já antevê uma edição do autor para o seu terceiro livro.

Outro aspecto que move Álvaro Taruma na viagem a Uganda tem que ver com o interesse de perceber como funcionam os mercados editorias nos países que estarão representados no evento, até porque “estou a pensar em traduzir um livro meu a fim de o editar num daqueles países africanos de língua inglesa”.

Num contexto em que os escritores africanos não se encontram com regularidade no seu próprio continente, Taruma considera que a sessão do African Writer Trust fica engradecida por poder juntar autores em Entebbe.  

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