A Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade defende a implementação de estratégias combinadas de resiliência climática, no país. A ideia foi defendida, esta quinta-feira, por Graça Machel, durante a apresentação de um plano para a redução do risco de desastres, sobretudo durante a época chuvosa.
As alterações climáticas estão a afectar o mundo. Em Moçambique, os recentes ciclones e outros eventos climáticos severos são sinal disso.
E porque eles vieram para ficar, a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) chama atenção para a importância de uma agenda colectiva comum para que as comunidades, principalmente as mais vulneráveis, estejam preparadas para a ocorrência de choques climáticos.
“Vamos ter conversações muito sérias. É por isso que a implementação da estratégia vai levar 10 anos. Para concordarmos áreas de habitação, de produção e de investimentos que possam querer fazer (que sejam mais duradouros), para as pessoas sofrerem menos. Porque nós temos de fazer com que haja menos perdas humanas, e se possível nenhuma morte”, disse Graça Machel, que acrescentou que a perda de bens das populações que vivem em zonas de risco deve ser mínima.
Durante 10 anos, isto é, entre 2024 e 2034, a Fundação e o Governo vão executar iniciativas combinadas para o reforço da capacidade do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) face à problemática das alterações climáticas.
“É mais um reforço àquilo que o Governo tem estado a fazer”, assinalou o dirigente. Questionado se o período de 10 anos, para a implementação da estratégia, é suficiente para os ganhos necessários, o vice-presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres, Gabriel Belém Monteiro, justificou que se trata de um processo dinâmico.
“Podemos atingir o objectivo antes dos 10 anos, por exemplo. O processo é dinâmico, vai depender da forma como as comunidades vão adaptar-se, e a forma como a sociedade civil vai mobilizar. Porque as mudanças climáticas são uma realidade, mesmo que não queiramos, elas são uma realidade. Vamos neste processo auscultar, teremos de estar atentos às mensagens do Governo, para evitarmos danos maiores”, explicou.
A implementação do plano estratégico vai custar pouco mais de de 16 milhões de dólares, distribuídos em parcelas anuais de aproximadamente 1,7, 1,4 e 1,1 milhões de dólares no primeiro, segundo e terceiro triénio, respectivamente.
Refira-se que, de acordo com a estratégia, o recrutamento e a formação do pessoal da Unidade de Gestão e Resiliência Climática, a Gestão e Redução do Risco de Desastres da FDC consumirão cerca de 25 por cento do orçamental total.