É um dos grandes escritores da literatura moçambicana. Em conjunto, os seus 15 livros contribuem para preservar as peripécias e os contextos da recente História do país. Se em O domador de burros e outros contos a sua criatividade capta a imagem suburbana de Maputo, em Nghamula, o homem do tchova ou o eclipse de um cidadão regista os tramas de uma guerra que custou muitas lágrimas aos moçambicanos. É este o tipo de escrita que caracteriza a obra de Aldino Muianga, um autor voltado à sua terra e aos seus. É este o autor que vai proporcionar mais uma viagem literária aos seus leitores. Tudo com encontro marcado, hora e local.
O pretexto para o embarque na viagem que vai iniciar no próximo dia 3 de Outubro, com o novo lançamento?, nem mais, Asas – mas – quebradas, livro que, na percepção do apresentador, Aurélio Cuna, professor universitário que bem conhece a obra de Muianga, “retrata vivências da parte Sul de Moçambique, mais viradas para os espaços rurais e urbanos, como caracteriza a escrita do autor”. Neste caso, com esse movimento campo-cidade que opera transformações nas personagens, porque quem sai de um espaço para outro ganha nova forma de ser e estar. Mas, na narrativa, a certa altura, mesmo depois do movimento consumado, é invertido com pretensão de se recuperar tudo e um pouco relacionado com as origens deixadas no espaço rural.
Asas quebradas será lançada a partir das 17:30h, no Auditório do BCI, na cidade de Maputo. De acordo com a Cavalo do Mar, editora pela qual é publicada a obra, a cerimónia de lançamento vai incluir uma sessão de leitura encenada, de Rogério Manjate, autor de Cicatriz encarnada, lançada recentemente. Ainda de acordo com a editora que tem publicado vários novos autores da literatura moçambicana, o encontro do dia 3 de Outubro é um pretexto para “celebrar os 30 anos de produção literária do autor [Aldino Muianga estreou-se em livro em 1987, um ano depois de publicar seu primeiro conto na revista Tempo: “A vingança de Macandza”], que este ano é o escritor homenageado na Feira do Livro de Maputo”.
Asas quebradas é o segundo texto narrativo publicado pela editora Cavalo do Mar, depois de O mundo que queremos gaguejar de cor, de Pedro Pereira Lopes. Ambos os livros fazem parte da colecção “Pelagem negra”.