O País – A verdade como notícia

Alcinda e Rady: punhos de ouro que tocaram o céu entre as mulheres

Alcinda Panguane e Rady Gramane são as atletas que mais tiveram distinções na terceira Gala Mulher no Desporto, evento que foi realizado na última sexta-feira, em Maputo. 

As duas pugilistas foram reconhecidas pelos feitos alcançados no boxe nacional e internacional, tendo recebido dois diplomas de mérito. O evento contou com a presença da Primeira-Dama da República, Isaura Nyusi. 

Duas pugilistas cuja sua contribuição no desporto moçambicano é descomunal. Com um percurso inspirador, Alcinda Panguane e Rady Gramane têm sido uma fonte de inspiração e um dos faróis que indicam o caminho a seguir no futuro. 

Medalhas atrás de medalhas é quanto elas sabem conquistar, no meio, diga-se, de muitas adversidades impostas pela conjuntura desportiva nacional. Em noite de gala, o peso da mulher no desporto moçambicano se fez sentir. 

O encanto das suas obras e do seu pedaço de história, muitas vezes escrita com muito sacrifício, ressoou a esperança de um futuro promissor para uma geração de mulheres sonhadoras. 

A Associação Movimento Mulheres no Desporto (MODESP) juntou a plêiade do desporto nacional com um único propósito: reconhecer e galardoar as mulheres que de tudo têm dado para o desenvolvimento desta área que se afigura determinante na exaltação da moçambicanidade. 

Alcinda Panguane e Rady Gramane foram as estrelas da gala. Durante o evento que já vai na sua terceira edição foram também reconhecidas atletas de outras modalidade, como é o caso da Vanessa Muianga, por sinal uma das mais medalhadas voleibolistas nacionais de praia, Ássia Amade, de karate e algumas atletas da selecção sénior feminina de futebol, que recentemente conquistou a medalha de bronze no torneio COSAFA.

“Sinto-me muito honrada. É um reconhecimento que vou levar para toda a vida. Não esperava que fosse ganhar tantos prémios, de tal sorte que tinha receio de ir à gala. Valeu a pena”, indicou Alcinda Panguane, para depois Rady Gramane completal “o reconhecimento daquilo que nós temos feitos sempre nos dá vontada de trabalhar mais”, disse.

A gala serviu, igualmente, para homenagear algumas figuras que se têm destacado no panorama desportivo nacional, tal é o caso da ex-internacional moçambicana, Deolinda Gimo. 

Gimo faz parte de uma das mais douradas gerações do basquetebol moçambicano, que em 2014 marcou presença, pela primeira vez no mundial cuja fase final foi na Turquia.

A Primeira-Dama da República, Isaura Nyusi, figura com um papel relevante nma mobilização de acções visando o envolvimento da mulher no desporto, destacou o contributo que elas têm dado ao desporto moçambicano, apesar das dificuldades que têm enfrentado. 

“Essa gala é organizada pela Associação Movimento Mulher no Desporto é uma forma mais alta de exaltação dos feitos das nossas desportistas e de reconhecimento das nossas atletas, das dirigentes desportivas e agentes desportivos. Cada uma tem reclamado o seu espaço, tratamento digno e respeito que merecem para se afiormarem em todas as esferas do desenvolvimento do país”, disse Isaura Nyusi.

Impulsionadora e presidente da Associação Movimento Mulher no Desporto, Natércia Tomás, entende que a mulher ainda tem muitos desafios para se afirmar no desporto.

“As mulheres merecem melhores condições de trabalho. Não exigimos que sejam iguais a da dos homens, mas que elas possam ter mais atenção, tendo em conta os resultados que têm alcançado. 

Todos sabem que as mulheres do nosso país são as que melhores resultados trazem a Moçambique. É preciso que se abra esse espaço e é preciso que essa mulher seja apoiada a vários níveis”, defende Natércia Tomás.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos