Um agente da Polícia da República de Moçambique (PRM) foi detido durante o fim-de-semana pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), acusado de tentar extorquir cinquenta mil meticais a um motorista.
O agente fazia-se acompanhar por dois amigos, quando, durante a madrugada, interpelou um condutor de combustível que saía de um parque na cidade de Maputo, com destino à cidade da Beira, província de Sofala.
“O motorista teria feito uma manobra perigosa na via e o agente usou isso como pretexto. Ele e os seus amigos levaram-no para uma residência no bairro Jardim e, para garantir a sua liberdade, exigiram-lhe 50 mil meticais”, explicou Hilário Lole, porta-voz do SERNIC.
O SERNIC deteve, ainda, dois cidadãos angolanos, de 42 e 50 anos de idade, na posse de notas de dinheiro falsificadas de mais de 16.600 dólares norte-americanos.
Os indiciados trabalhavam em parceria com moçambicanos e sul-africanos e mais um angolano ainda em parte incerta.
“A partir dos cidadãos moçambicanos, eram contactados os angolanos por intermédio dos sul-africanos para a produção dessas notas. Já vinham fazendo ensaios com a moeda nacional que, a princípio, não surtiram efeitos desejados. Eles tiveram sucesso com as notas norte-americanas”.
Um dos indiciados, de 42 anos de idade, diz estar em Moçambique há dois meses, cujo objectivo da vinda é conhecer o país e procurar oportunidades de negócio e, durante este período, esteve alojado em casa de um amigo, também angolano, e diz desconhecer os motivos da sua detenção.
“Eu sou inocente, não sei por que estou aqui neste momento. Eu estava embriagado quando me algemaram e me trouxeram à cela, e só me apercebi disso quando acordei”, contou.
O outro indiciado, de 52 anos de idade, revelou que é casado com uma moçambicana e vive em Moçambique. Não é amigo do outro indiciado e apenas o recebeu na sua casa a pedido de um amigo e diz que nunca percebeu nenhum movimento estranho.
“Eu não sabia desse cofre, eu não sabia que ele falsificava dinheiro, o facto de eu o ter recebido na minha casa não me dá o direito de vasculhar os seus pertences, por isso, para mim, tudo isto é novidade”, defendeu-se o indiciado.
Como passos subsequentes, o porta-voz do SERNIC disse que decorrem procedimentos legais para a responsabilização dos cinco detidos, como também decorrem trabalhos para a localização dos indivíduos que fazem parte da quadrilha acusada de falsificação de moeda.
O porta-voz do SERNIC aproveitou a ocasião para reiterar o combate aos “indivíduos infiltrados na corporação que vestem farda para cometer crimes”.