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Afinal Man Gena foi traficante de drogas em Angola

Foto: O País

Eugénio Quintas, ou simplesmente Man Gena, pertenceu a uma rede de tráfico de drogas em Angola. Ficou preso durante nove anos. Depois se desvinculou da rede criminal e começou a colaborar com a Polícia Angolana. Hoje diz que sofre perseguição por parte das pessoas denunciadas.

Man Gena é um nome que, nos últimos dias, tem soado bastante na esfera pública, como um cidadão que está desde Fevereiro em Moçambique, em busca de asilo, estando a fugir de barões de droga que o querem assassinar. Mas afinal quem é Man Gena?

“Man Gena é um cidadão Angolano que, desde muito cedo, aderiu a um grupo angolano chamado HDA, que se inspira no grupo PCC (Primeiro Comando da Capital), um grupo brasileiro, onde fazia ou faz parte o famoso Fuminho, que esteve foragido em Moçambique, em 2020”.

O “O País” conversou com o jornalista angolano, José Gama, que tem acompanhado o caso de Man Gena desde o início e, inclusive, prestou asilo à família dele quando esteve na África do Sul, onde está radicado.

Segundo o jornalista angolano, que bem conhece o histórico, devido às suas actividades criminosas em Angola, como membro da “gang” HDA, Gena ficou preso durante nove anos. Depois disso, Eugénio Quintas passou a colaborar com a Polícia, mas foi por pouco tempo.

“A dada altura, Man Gena sofreu um atentado, teve um tiro no rosto e outro nas costas. Ele foi apresentar uma queixa ao seu amigo, que é o antigo director dos Serviços Criminais de Angola, que é uma espécie de SERNIC (para o caso de Moçambique). Apresentada a queixa, foi-lhe dado um indivíduo para investigar o crime, foi quando ele identificou o indivíduo posto para investigar o caso como o mesmo que tentará tirar-lhe a vida. Foi daí que ele deduziu que o chefe dos Serviços de Investigação de Luanda queria a sua cabeça.”

Porque tinha a sua cabeça a prémio, Gama conta que Man Gena decidiu deixar Angola, sem nenhuma identificação e a partir daí tornou-se um fugitivo da rede de tráfico de drogas.

“Man Gena viu que não podia contar com autoridades angolanas, tendo fugido para Namíbia, depois África do sul, onde me encontro e por fim foi pedir asilo em Moçambique”.

MAS QUEM SÃO ESTAS FIGURAS QUE QUEREM A CABEÇA DO ANGOLANO?

“Ele citou nomes concretos de alegados barões ligados ao tráfico de drogas em Angola, que estão ligados ao Director-adjunto dos serviços de investigação Criminal. Falou de um Navio angolano que foi recentemente aprendido em Espanha, com drogas diversas (toneladas de cocaína). Ele deu características que conferem com a realidade, uma vez que o navio quando esteve em Angola já esteve lá. Man Gena denunciou este Director como quem está envolvido no contrabando de combustível, falou ainda da morte de pessoas de grupos criminosos, com conivência deste director”.

José gama acredita ainda que mesmo em Moçambique, Eugénio Quintas ainda corre perigo e relembra o episódio em que circulou que há cidadãos Ruandeses a serem executados em Maputo, à mando do Governo Ruandês, se ter havido intervenção das autoridades moçambicanas, o que Gama chamou de “conivência das autoridades”.

Até a esta altura, Eugénio Quintas está sob custódia dos serviços de Migração de Moçambique, mas o seu o objectivo é seguir com a família para Inglaterra, onde será acolhido por um grupo de amigos.

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