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Aeródromo de Inhambane em risco de ser encerrado

Centenas de casas foram construídas a cerca de 80 metros da pista de pouso e há menos de três metros da vedação do aeródromo da cidade de Inhambane. O facto, segundo a aviação civil representa um perigo e poderá levar ao encerramento do aeródromo se as famílias não forem retiradas até Junho do ano em curso.

“Estivemos a trabalhar no local e identificamos mais de 900 famílias que vivem na zona de servidão aeronáutica e destas mais de 500 que vivem em zonas críticas e que devem sair imediatamente. Se tal não acontecer, o Aeródromo pode ser fechado”, disse uma fonte do IACM.

Trata-se de centenas de casas construídas com chapas de zinco, onde vivem famílias que se instalaram naquele local, há mais de 15 anos. Exemplo disso é José Saiete que tal como outras centenas de pessoas, construíram casas no lugar em que não deviam, mas alguns com o aval do Estado, uma vez que dizem ter o Direito de Uso e Aproveitamento de Terra, atribuído pela edilidade local.

Os mais novos a se instalarem na região dizem ter comprado os talhões de uma pessoa que negam dizer o nome, apesar do alerta das autoridades.

O problema é antigo, mas só em 2020 o Ministério Público em Inhambane percebeu a gravidade da situação. Nessa altura, a procuradoria iniciou um processo para retirar todas as famílias da zona de servidão.

Segundo Poumpilio Xavier, magistrado do Ministério do Ministério Público, a primeira decisão tomada foi ordenar as empresas FIPAG e EDM, provedoras e água e de energia respectivamente, para suspenderem o fornecimento dos seus serviços para todas aquelas residências.

As obras de construção da estrada de pavês que passa a 40 metros da pista também foram suspensas com efeitos imediatos.

Diante da situação irreversível, o edil de Inhambane diz que vai iniciar a retirada imediata de parte destas famílias. “São mais de 250 famílias que nós vamos retirar e colocar no bairro Muelé 3, onde estão a ser preparados terrenos para o efeito. As famílias terão de desfazer as suas casas e reconstruir nesse novo espaço identificado pelas autoridades “, disse Benedito Guimino.

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